A Galp alcançou nos primeiros seis meses deste ano um resultado líquido ajustado (descontando os efeitos de variação de stocks) de 624 milhões de euros, mais 23% do que no mesmo período do ano passado, revelou a petrolífera em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Considerando só o segundo trimestre, o lucro da Galp cresceu 16%, para 299 milhões de euros.
Em termos contabilísticos (na base IFRS), o resultado líquido do primeiro semestre subiu 22%, para 737 milhões de euros, enquanto o do segundo trimestre avançou 44%, para 362 milhões.
Numa base ajustada, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) permaneceu estável nos primeiros seis meses do ano, em 1,79 mil milhões de euros, enquanto o do segundo trimestre recuou 7%, para 849 milhões.
A empresa sublinha os “níveis de produção resilientes” e uma “base de custos competitiva no portefólio do Brasil” no que toca ao negócio de produção de petróleo e gás. E realça que no segundo trimestre houve uma elevada utilização da sua refinaria. Já o segmento de renováveis foi penalizado por uma maior pressão sobre os preços grossistas na Península Ibérica, reduzindo as receitas da venda de energia solar.
A Galp considera ter apresentado um “conjunto robusto de resultados”, num quadro de “investimentos disciplinados”, em que “as receitas de desinvestimentos levaram a uma redução significativa da dívida”. Com efeito, a dívida líquida em junho baixou 15%, para 1,16 mil milhões de euros. E também o rácio de endividamento (múltiplo da dívida líquida face ao EBITDA) melhorou, de 0,42 vezes para 0,35 vezes.
Galp revê projeção de resultados e metas de descarbonização
A Galp procedeu a uma revisão em alta ligeira das suas estimativas para os resultados do conjunto do ano 2024, de forma a refletir o fim da contribuição do projeto Coral Sul (em Moçambique) para as contas do grupo e o desempenho obtido no primeiro semestre.
O grupo previa um EBITDA ajustado no conjunto do ano de 3,1 mil milhões de euros, mas admite agora que o resultado poderá superar essa fasquia. E também o cash flow orgânico deverá afinal ir além dos 2 mil milhões de euros que a Galp estimava.
A petrolífera dá ainda conta, no relatório relativo ao primeiro semestre, que irá fazer uma reavaliação das suas metas de descarbonização, considerando “o efeito potencial” das descobertas de petróleo no projeto Mopane, na Namíbia, e a “lenta execução dos desenvolvimentos renováveis”.
A Galp revelou ainda que no segundo trimestre assinou um acordo com a Zener International Holding para a venda do seu negócio de distribuição de combustíveis na Guiné-Bissau, operação que deve ficar concluída entre 2024 e 2025.