Energia

Portugal entre os principais vencedores do primeiro leilão do banco europeu de hidrogénio

Dois projetos para produzir hidrogénio verde em Portugal, um da Galp e outro da Madoquapower2X, estão entre os sete projetos escolhidos pela Comissão Europeia para a distribuição de apoios de 720 milhões de euros. Na corrida estavam 132 promotores

Refinaria da Galp em Sines.
D.R.

O primeiro leilão do banco europeu de hidrogénio selecionou sete projetos que serão apoiados com cerca de 720 milhões de euros, e entre eles estão dois projetos em Portugal, ambos a desenvolver em Sines, um pela Galp e outro pela Madoquapower2X, revelou a Comissão Europeia esta terça-feira.

O projeto da Galp visa converter o consumo de hidrogénio cinzento na sua refinaria em Sines em hidrogénio verde, tendo a empresa portuguesa assegurado um apoio comunitário de 84,2 milhões de euros (que será canalizado para o seu projeto ao longo de 10 anos). A Galp concorreu requerendo um apoio de 0,39 euros por quilograma de hidrogénio verde (estimando a produção total em 216 mil toneladas).

Já o projeto da Madoquapower2X, designado MP2X, concorreu aos apoios solicitando 0,48 euros por quilograma (para uma produção total de hidrogénio verde de 511 mil toneladas). Este projeto absorverá o maior apoio deste primeiro leilão promovido pela Comissão Europeia, garantindo mais de 245 milhões de euros.

Na lista de sete projetos escolhidos (entre 132 concorrentes) houve ainda três projetos em Espanha (um deles receberá 230 milhões de euros em apoios, outro 24,6 milhões de euros e um terceiro 8,1 milhões).

O banco de hidrogénio dará ainda subsídios à produção de hidrogénio de outros dois projetos, um na Finlândia (45,2 milhões de euros) e outro na Noruega (81,3 milhões).

No seu conjunto os sete vencedores projetam produzir 1,58 milhões de toneladas de hidrogénio verde ao longo de uma década, evitando emissões de dióxido de carbono de 10 milhões de toneladas, de acordo com a Comissão Europeia.

Os apoios servem para ajudar os promotores a compensar o facto de a produção de hidrogénio verde ainda ser mais onerosa hoje do que a produção de hidrogénio convencional (obtido, por exemplo, a partir do gás natural).

Os projetos selecionados têm um prazo máximo de cinco anos para começar a produzir.

Bruxelas tenciona lançar um segundo leilão de hidrogénio verde no final deste ano.