O consórcio MadoquaPower2X (MP2X) assinou com a AICEP Global Parques escrituras de constituição de direito de superfície de mais de 60 hectares de terrenos industriais para a produção de hidrogénio e amoníaco verdes na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS). Inicialmente os promotores do projeto previam a ocupação de 25 hectares.
“Este novo passo demonstra a importância da ZILS e de Portugal na necessária transição energética e no cumprimento das metas de descarbonização. O projeto do consórcio Madoqua Power2X é extremamente relevante no desenvolvimento de uma comunidade de energia renovável e comprova, com este ato, a sua maturidade e o seu comprometimento para o desenvolvimento económico sustentável”, afirmou a presidente executiva (CEO) da AICEP Global Parques, Isabel Caldeira Cardoso.
O consórcio é constituído pela portuguesa Madoqua Renewables, pela neerlandesa Power2X e pela dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners.
“Em conjunto com a ZILS e a AICEP Global Parques, demos um importante passo em frente para o nosso projeto concretizar o potencial de Sines como Vale Europeu do Hidrogénio, reforçando a importância estratégica de Portugal como pioneiro e líder na transição energética”, salientou a administradora não executiva da Madoqua Power2X Marloes Ras.
O investimento prevê a criação de 265 postos de trabalho permanentes altamente qualificados e seis mil postos de trabalho indiretos. O investimento é estimado em cerca de mil milhões de euros.
O projeto inicial irá utilizar 560 MVA (megavolt ampere) de capacidade de eletrólise para produzir anualmente 50 mil toneladas de hidrogénio e 300 mil toneladas de amoníaco verdes usando energia elétrica renovável. Na segunda fase, o projeto utilizará uma capacidade de 1400 MVA para produzir um total de 150 mil toneladas de hidrogénio e mais de um milhão de toneladas de amoníaco verdes anualmente.
A produção de hidrogénio verde utiliza eletricidade gerada por energias renováveis. É considerada uma energia limpa por ter emissões de carbono reduzidas ou mesmo inexistentes e espera-se que seja uma alternativa aos combustíveis fósseis.
O amoníaco verde é um composto químico de nitrogénio e hidrogénio, que, normalmente, é produzido através de gás natural. Para produzir amoníaco verde procede-se à eletrólise da água, que separa o hidrogénio do oxigénio, através de eletricidade de origem renovável. O hidrogénio é depois combinado com o nitrogénio proveniente da atmosfera. Este produto tem uma grande utilização na produção de fertilizantes agrícolas.