Energia

Lucro anual da REN sobe 33,5%, para 149 milhões de euros

A REN ampliou os seus ganhos no ano passado, fechando 2023 com um lucro de 149 milhões de euros, à boleia de taxas mais elevadas de remuneração dos seus ativos, beneficiando do contexto de juros altos que marcou o ano passado

NUNO FOX

A REN - Redes Energéticas Nacionais obteve em 2023 um lucro de 149 milhões de euros, mais 33,5% do que no ano anterior, informou esta quinta-feira a empresa liderada por Rodrigo Costa, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Numa base recorrente, ou seja, excluindo fatores extraordinários, o resultado líquido ficou em 125 milhões de euros, mais 15,1% do que no ano anterior, indicou ainda a REN.

A subida do resultado anual decorreu, segundo a empresa, de uma melhoria do desempenho operacional e também do resultado financeiro (aqui a REN beneficiou dos juros da dívida tarifária).

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 5,5%, para 514 milhões de euros, com a subida a vir mais das operações em Portugal (onde o aumento do EBITDA foi de 19,3 milhões de euros) do que do negócio internacional (onde o resultado avançou 7,4 milhões de euros).

Para a melhoria do EBITDA em Portugal contribuiu uma remuneração mais elevada dos ativos geridos pela REN, além da redução de custos de eletricidade na operação do terminal de gás natural liquefeito, em Sines.

Como empresa regulada, a REN tem a sua remuneração exposta à evolução das taxas de rendibilidade das Obrigações do Tesouro a 10 anos. Embora a base regulada de ativos tenha tido um ligeiro decréscimo, de 1,7%, para 3,55 mil milhões de euros, a empresa acabou por beneficiar do contexto de subida das taxas de juro: a taxa de remuneração nos ativos de eletricidade subiu de 4,8% em 2022 para 5,3% em 2023, a do transporte de gás passou de 5,3% para 5,7% e a da rede de distribuição de gás engordou de 5,5% para 5,9%.

E assim as maiores taxas de remuneração dos ativos regulados mais do que compensaram o decréscimo dessa base de ativos, permitindo à REN ampliar as suas receitas e o seu EBITDA.

Ao longo do ano passado o investimento da REN cifrou-se em 301,5 milhões de euros, mais 49,6% do que no ano anterior, sobretudo para projetos na rede de apoio à transição energética, num momento em que têm surgido diversos projetos de produção fotovoltaica de larga escala.

Apesar desse aumento do investimento, a dívida líquida do grupo baixou 4,8%, para 2,42 mil milhões de euros. Contudo, o custo médio da dívida agravou-se de 1,8% em 2022 para 2,5% em 2023.