O Governo confirmou esta terça-feira que o primeiro leilão eólico no mar em Portugal “será aberto até ao final de 2023” e irá iniciar-se com “uma fase de pré-qualificação, de duração não inferior a três meses”, de acordo com um comunicado conjunto do Ministério do Ambiente e do Ministério das Infraestruturas.
No comunicado os dois ministérios indicam que a proposta do grupo de trabalho criado no final do ano passado para desenhar os leilões passa por numa primeira fase disponibilizar 3,5 gigawatts (GW) de capacidade em um ou mais procedimentos concorrenciais, e só depois licitar, ao longo de vários anos, a restante capacidade, até totalizar 10 GW até 2030.
O Governo não avança para já qual a dimensão efetiva a licitar no primeiro leilão, nem o calendário para a segunda licitação, o que dependerá das manifestações de interesse que o Executivo receba. Mas a secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia, já havia assumido que o primeiro leilão deveria superar 1 GW de capacidade.
“Até setembro, o grupo de trabalho irá aprofundar os modelos de procedimento concorrencial a realizar, em diálogo com os potenciais interessados. De seguida, serão divulgados os princípios subjacentes e aberto o período de manifestação não vinculativa de interesse”, explicam os dois ministérios.
Os trabalhos técnicos a realizar até ao final do mês de setembro visam articular “a definição das áreas espacializadas para a produção de energia eólica offshore, a definição dos modelos de procedimento a utilizar e as necessidades de desenvolvimento das infraestruturas elétricas e portuárias”.
As primeiras áreas a licitar serão ao largo de Viana do Castelo, Leixões e Figueira da Foz, de acordo com a proposta do grupo de trabalho.
Até ao momento diversas empresas já assumiram interesse em poder vir a participar no primeiro leilão eólico no mar em Portugal, participando num grupo de trabalho criado pela Apren - Associação de Energias Renováveis para acompanhar este dossiê. Conforme o Expresso já escreveu, entre os potenciais concorrentes estarão a Galp e Totalenergies, a Greenvolt, Hyperion, Iberblue Wind, Copenhagen Offshore Partners, Orsted e Repsol, Baywa e EDP, entre outros grupos.
As eólicas no mar deverão implicar, para os 10 GW pretendidos pelo Governo, investimentos de 30 a 40 mil milhões de euros.