Energia

"Estamos confiantes da nossa capacidade de cumprir os objetivos do PNEC", aponta secretária de Estado da Energia

Capacidade solar em Portugal vai disparar dos atuais 2,7 gigawatts para mais de 20 gigawatts em 2030, segundo a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima. Secretária de Estado da Energia e Clima diz ser “um objetivo perfeitamente alcançável”

Ana Fontoura Gouveia, secretária de Estado da Energia e Clima
José Fernandes

A primeira versão da revisão do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), apresentada esta sexta-feira pelo Ministério do Ambiente, contempla um disparo da capacidade fotovoltaica no país, que passará dos atuais 2,7 gigawatts (GW) para mais de 20 GW em 2030. Mas o Governo está confiante de que a meta é alcançável.

“Estamos confiantes da nossa capacidade de cumprir os objetivos”, declarou ao Expresso a secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia. O facto de a nova potência solar a instalar nos próximos sete anos ultrapassar os 17 GW não preocupa a governante, que considera que entre os projetos já licenciados, os que estão em fase de licenciamento e outros “é um objetivo perfeitamente alcançável”.

No comunicado onde apresenta a versão preliminar de revisão do PNEC o Ministério do Ambiente indica que para alcançar a meta solar (são 20,4 GW, dos quais 14,9 GW em centrais de larga escala e 5,5 GW em produção descentralizada) será ocupado 0,4% do território nacional.

Até agora o Governo vinha indicando que a concretização do objetivo do PNEC em vigor implicaria ocupar perto de 0,3% do território com centrais solares.

Ana Fontoura Gouveia reconhece a preocupação e contestação de alguns movimentos que se opõem às centrais de larga escala, mas sublinha que “estamos a falar de uma área muito reduzida” a nível nacional.

Além disso, a governante assegura que o desenvolvimento da nova capacidade fotovoltaica em Portugal será feito “a par com o exercício das go to areas, as áreas preferenciais para instalação de projetos, onde o impacto é menor, e em diálogo com as populações”.

A secretária de Estado da Energia e Clima frisou ainda, em declarações ao Expresso, que o disparo da capacidade solar no país que é previsto até 2030 responde ao acréscimo de procura de energia, num quadro em que estão a surgir “novas oportunidades de instalação de outras indústrias no território”, que encontram na energia solar uma forma de ter acesso a eletricidade barata.

“Este grande impulso da produção renovável resulta de uma grande procura por parte da indústria”, nota Ana Fontoura Gouveia, sublinhando um “grande aumento de consumo” que o Governo perspetiva para 2030: nesse ano o país deverá consumir quase o dobro da eletricidade que está atualmente a consumir.

Esta revisão do PNEC para 2030 foi enviada esta sexta-feira à Comissão Europeia, que nos próximos meses comunicará ao Governo português as suas recomendações de melhoria. O Governo irá depois atualizar o documento e submetê-lo a consulta pública, de forma a ter a versão final da revisão do PNEC publicada até junho de 2024.