Energia

Ministro considera justificada decisão da ERSE que faz subir fatura da eletricidade

O ministro do Ambiente admite um aumento da fatura da eletricidade, a partir do próximo mês, para quem está no mercado liberalizado. Duarte Cordeiro justifica a subida com um "ajustamento normal e necessário" decidido pelo regulador face aos preços mais baixos da energia este semestre

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro
RODRIGO ANTUNES

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, saiu em defesa da decisão da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e diz que o aumento das tarifas de acesso à rede para quem está no mercado liberalizado é um "ajustamento absolutamente normal e necessário" face ao valor da tarifa de acesso para a componente da energia, que "está muito baixo". O ministro do Ambiente considera que "tinha de haver um equilíbrio".

A ERSE decidiu na semana passada aumentar uma das parcelas que influenciam a fatura de eletricidade. Ao aumentar as tarifas de acesso à rede, o regulador decidiu reduzir o desconto associado a essas tarifas, que continuarão a ser negativas em julho, mas menos do que até agora.

"Sabendo nós que o preço da energia está muito mais baixo, então não temos de ter tarifas de acesso à rede tão negativas", afirmou aos jornalistas, no final da reunião de ministros do Ambiente, no Luxemburgo. Duarte Cordeiro fala num "pequeno ajustamento" da parte do regulador" que faz sentido este semestre "para compensar o facto de a energia estar mais barata".

Para quem está no mercado regulado não há mexidas na fatura da eletricidade, mas atualmente quem paga menos pela conta da luz é precisamente quem está no mercado livre. Da parte do Governo, o ministro afasta novas medidas de apoio e rejeita também um impacto na inflação.

Pelo contrário, Duarte Cordeiro desvaloriza a subida das tarifas de acesso à rede. "O ajustamento que nós estamos a fazer permite continuar a ter uma redução substancial dos preços da energia quando comparado com o ano passado. Continua a ter um efeito muito positivo do ponto de vista da redução da inflação". O ministro argumenta ainda que mesmo quem tem vindo a beneficiar de preços negativos [nas tarifas de acesso] pode "se calhar", continuar a ter "os preços mais baixos que talvez pagou nos últimos anos".

O preço final depende agora de cada comercializador e poderá só ser claro no início do próximo mês. Alguns - caso da EDP Comercial , Galp ou Iberdrola - já anunciaram reduções na componente do preço definida pelas elétricas. Falta saber se compensa o agravamento das tarifas pela ERSE. No caso da EDP, os cálculos do Expresso mostram que haverá um aumento.