Energia

EDP vai vender energia solar à Google nos Países Baixos durante 15 anos

A EDP Renováveis conquistou o seu primeiro contrato de longo prazo nos Países Baixos, onde irá construir quatro centrais fotovoltaicas. Parte da energia alimentará as operações da Google durante 15 anos

Foto: Getty Images

A EDP, através da EDP Renováveis, assegurou o seu primeiro contrato de longo prazo nos Países Baixos, num acordo celebrado com a Google para fornecer à tecnológica energia proveniente de quatro novas centrais solares, durante 15 anos.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP revela que a Google ficará com parte da eletricidade gerada nas quatro centrais fotovoltaicas, que terão uma capacidade instalada de 40 megawatts (MW). Segundo a EDP, com este contrato a Google irá assegurar mais de 49 gigawatt hora (GWh) anuais de eletricidade verde.

Os projetos devem entrar em operação entre este ano e o próximo, sendo que dois deles, no município de Berkelland, estão já em construção (no relatório do primeiro trimestre a EDP Renováveis indicava já ter em construção 10 MW nos Países Baixos). A estes somar-se-á uma central solar no município de Lochem e uma outra no município de Smallingerland.

“Este acordo, assegurado através da Kronos Solar EDPR, marca o primeiro PPA [contrato de compra e venda de energia] assegurado pela EDPR nos Países Baixos”, indica a empresa no seu comunicado ao mercado.

O administrador operacional da EDP Renováveis com o pelouro da Europa e América Latina, Duarte Bello, lembra que “a Kronos representa uma parte relevante do plano de negócios da EDP Renováveis”.

Este não é o primeiro contrato da EDP com a Google: em abril a empresa já tinha anunciado ao mercado um outro contrato, nos Estados Unidos da América, para o fornecimento de energia solar à gigante tecnológica.

Num comunicado de imprensa divulgado esta quarta-feira pela EDP, o vice-presidente da Google nos Países Baixos, Martijn Bertisen, sublinhou que “a transformação digital e a transformação ecológica andam de mãos dadas”, lembrando que a meta da empresa é descarbonizar o seu consumo energético até 2030.

A EDP Renováveis destaca ainda que os Países Baixos têm “objetivos ambiciosos” em termos de energias limpas, projetando uma capacidade eólica de até 8,5 gigawatts (GW) em 2030 e uma potência solar de 27 GW (muito acima da meta prevista por Portugal para este horizonte, que é de 9 GW). A meta neerlandesa de renováveis na eletricidade em 2030 é de 75% (Portugal tem um objetivo de 80%, tendo o Governo indicado que essa meta será antecipada para 2026).

Salientando que a celebração de contratos de longo prazo “reforça o seu perfil de baixo risco”, a EDP Renováveis refere ainda que até ao momento, já assegurou contratos que garantirão a instalação de 52% dos 17 GW de nova capacidade que pretende construir entre 2023 e 2026.

No final do primeiro trimestre a capacidade instalada da empresa era de 14,8 GW, dos quais 38% na Europa (Espanha e Portugal à cabeça), 49% na América do Norte (com os Estados Unidos da América na liderança), 8% na América do Sul e 5% na região Ásia Pacífico. Por tecnologia, 86% da capacidade operacional é eólica em terra, 2% eólica no mar e 12% energia solar.

Atualmente, além dos Países Baixos a EDP Renováveis está a construir nova capacidade em Portugal, Espanha, França, Polónia, Itália, Grécia, EUA, Canadá, Brasil, Colômbia, Chile e Singapura.

Nota: artigo atualizado às 10h10, com mais informações.