É muito difícil encontrar um investidor de fundos que tenha visto a sua riqueza aumentar em 2008. Só 1 em cada 10 gestores de fundos é que conseguiu um desempenho superior à inlação portuguesa, que foi de 2,7 por cento, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Pode dizer-se mesmo que foi uma questão de sorte, uma vez que seria certamente muito difícil acertar num dos poucos vencedores entre os 2197 fundos de investimento catalogados pela Carteira no início de 2009. As únicas excepções são, provavelmente, os fundos que ganham com o aumento de volatilidade, um elemento que se esperava elevado ao longo do último ano. Foi graças a ele que os ganhos de produto como o CAAM Volatility World Equities conseguiram ultrapassar os 20 por cento.
Se a volatilidade era esperada, o mesmo já não se pode dizer da escalada do iene. Se alguém soubesse que o custo de comprar 1000 unidades da divisa japonesa iria aumentar de 6,15 euros em 2008 para 7,83 euros em 2009, naturalmente adquiriria um fundo de baixo risco exposto a ienes. Assim, mesmo que esse fundo desvalorizasse ligeiramente, o ganho seria de 2 dígitos. É assim que se explica como o ING Renta Yen - o melhor fundo de 2008 - avançou 25,25 por cento. O movimento cambial também explica a maior parte das mais-valias conseguidas pelos fundos de obrigações em francos suíços. O melhor deles, o SGAM FB CHF, valorizou 15,38 por cento.
Os gestores de fundos só tiveram descanso quando colocaram o dinheiro dos investidores na segurança dos títulos de dívida pública europeia. Aliás, os que assim fizeram tiveram mais do que descanso: o Espírito Santo Acções Global e o BPI Euro Taxa Fixa, que passaram os últimos meses maioritariamente investidos em obrigações governamentais, foram os únicos fundos portugueses que renderam mais de 10 por cento.
Que fundos escolher?
A indústria dos fundos está a contrair-se. Com a desvalorização dos activos e a fuga dos investidores para aplicações de baixo risco, como depósitos e certificados de aforro, muitas sociedades gestoras decidem fundir vários produtos ou, pura e simplesmente, liquidam-nos. As únicas novidades que surgem são no universo dos fundos especiais de investimento, aqueles que são geridos por regras diferentes dos demais fundos. Na prática, os gestores têm mais liberdade de actuação, como nas aplicações em instrumentos financeiros derivados, o que dificulta a comparação de produtos para quem procura uma solução para aplicar os seus activos.
Embora tenham mais permissões, os fundos especiais de investimento não são forçosamente melhores do que os fundos tradicionais. O JPMorgan Highbridge Statistical Market Neutral, que utiliza técnicas avançadas para obter uma exposição líquida ao mercado accionista norte-americano perto de zero, foi dos melhores: ganhou cerca de 10 por cento em 2008. O Credit Suisse DJ-AIG Commodity Index Plus Euro, que procura replicar um índice de mercadorias, principalmente composto por bens agrícolas e energéticos, foi dos piores: perdeu mais de 40 por cento.
Apesar da indústria estar em contracção, é cada vez mais difícil escolher um fundo em Portugal, porque a entrada de novas sociedades gestoras elevou em 20 por cento o número de produtos disponíveis. Se está à procura de destinos para o seu dinheiro, as tabelas que se seguem a este artigo - 2197 fundos agrupados em 82 categorias - podem ser uma valiosa ajuda. Nos grupos que incluem 10 ou mais fundos com políticas de investimento homogéneas, a Carteira elegeu o melhor seguindo um critério puramente científico: maior rendibilidade e menor volatilidade das perdas nos últimos 3 anos. Como o leitor pode não ter conta em alguma das 19 entidades analisadas (bancos de retalho e CTT) que comercializam os fundos, encontrará outros bons fundos assinalados nas respectivas categorias.
Embora sejam distinguidos 32 fundos, nem todos são para adicionar ao portefólio. O investidor só deve subscrever um produto eleito se acreditar que a categoria na qual está inserido irá ter um desempenho favorável. Como é tradição, a Carteira indica quais os fundos, entre os melhores, que acredita possam ter um comportamento mais positivo. Contudo, neste ano, a opção é bastante conservadora: 5 dos 7 produtos (Espírito Santo Euro Bond, Parvest Dynamic Eonia Premium, UBS BS EUR Select Defensive, CAAM Arbitrage Inflation, SGAM FMM Euro) têm um perfil de risco baixo ou médio baixo. Só os fundos de acções (Invesco Pan European Structured Equity, BPI Reestruturações) é que apresentam uma volatilidade alta ou muito alta. Tudo para que o mercado não lhe faça mais truques de fazer desaparecer o seu dinheiro.
Axa Rosenberg US Equity Alpha
Fundo de acções da América do Norte
Rendibilidade 2008: -42,96%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Banco Best
Alternativas: BlackRock US Basic Value, BlackRock US Flexible Equity, Credit Suisse EF USA, Eurizon Equity North America, JPMorgan America Large Cap, JPMorgan US Select Equity, Santander Acções USA, World Express US Large Cap Value Equities
A cobertura cambial efectuada por este fundo pode não ter sido útil em 2008, mas permitiu que o Axa Rosenberg US Equity Alpha seja o único que investe em grandes empresas norte-americanas com um desempenho positivo - embora muito baixo - nos últimos 3 anos. Os gestores da Axa Rosenberg, a unidade especializada na gestão de portefólios de acções da Axa Investment Managers, estão focados na indústria petrolífera, bem representada pela Exxon Mobil e pela Chevron entre as principais apostas.
Gartmore Latin American
Fundo de acções da América Latina
Rendibilidade 2008: -48,96%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Banco Best
Alternativa: Templeton Latin America
A desvalorização das matérias-primas nos mercados internacionais e a queda generalizada das divisas latino-americanas face às moedas mais fortes, como o dólar e o euro, não tem ajudado os gestores de fundos da América Latina. Cerca de 40 por cento do índice de acções que serve de referência aos gestores destes produtos é composto por firmas no sector das matérias-primas, lembra Chris Palmer, o responsável pelo Gartmore Latin American. Os 2 maiores investimentos do fundo, que absorvem mais de 18 por cento do capital, são exemplificativos: Vale do Rio Doce e Petrobras.
Fidelity Asian Special Situations A
Fundo de acções da Ásia
Rendibilidade 2008: -43,62%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Millennium bcp
Alternativas: Caixagest Acções Oriente, Fidelity South East Asia E, HSBC Asia Pacific ex Japan Equity High Dividend
Joseph Tse, que gere o Fidelity Asian Special Situations a partir de Hong-Kong, tem uma preferência por acções chinesas. As acções da China Mobile, o maior operador de telecomunicações móveis do mundo (tem mais de 400 milhões de clientes), representavam 5,2 por cento do portefólio do fundo no final de 2008. Contudo, Tse diversifica a carteira pelas várias economias asiáticas, à excepção do Japão. Entre as maiores participações encontrava-se ainda a Taiwan Semiconductor Manufacturing, a coreana Samsung Electronics e a Petrochina.
Fidelity China Focus
Fundo de acções da China
Rendibilidade 2008: -46,00%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche
Bank
Alternativas: Eurizon Equity China, JPMorgan China
A amplitude do desempenho dos fundos de acções chinesas é elevado: a diferença entre o melhor e o pior resultado em 2008 roça os 20 pontos percentuais. Ao perder 46 por cento, Martha Wang, a gestora do Fidelity China Focus, ficou a meio da tabela. Contudo, a especialista da Fidelity é a única a poder gabar-se de ter gerado um ganho anual superior a 8 por cento desde 2003.
Invesco Pan European Structured Equity
Fundo de acções da Europa
Rendibilidade 2008: -31,05%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
Alternativas: BlackRock Continental European Flexible, BlackRock Euro Markets, BlackRock European Focus A2, BNY Mellon Continental European Equity, BNY Mellon Pan European Equity, BPI Europa Crescimento, DB Platinum Croci Euro, Franklin Mutual European, Gartmore Continental European, Threadneedle Pan European, World Express European Equities O grupo dos fundos de acções europeias é provavelmente o mais competitivo. São mais de uma centena e meia de gestores a tentar alcançar o pódio das rendibilidades e um lugar nas carteiras dos investidores portugueses. Porém, Michael Fraikin e Thorsten Paarmann, do Invesco Pan European Structured Equity, são os gestores que merecem o seu dinheiro. O pior fundo em 2008, o Fidelity European Aggressive, perdeu mais do dobro. O desempenho de longo prazo é igualmente superior à maioria dos produtos de acções da Europa.
JPMorgan Europe Convergence Equity
Fundo de acções da Europa Emergente
Rendibilidade 2008: -54,41%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche
Bank
Alternativa: Credit Suisse EF Convergence Europe
Os fundos da Europa emergente estão entre os mais negativamente afectados em 2008, muito por culpa da queda da bolsa russa. Aliás, o DWS Russia, ao desvalorizar 84,85 por cento, foi o pior produto comercializado em Portugal. O melhor desempenho da categoria da Europa emergente pertence ao JPMorgan Europe Convergence Equity. Oleg Biryulyov e Sonal Pandit conseguiram limitar as perdas a 52,41 por cento. A Polónia, a República Checa e a Turquia são os seus mercados preferidos.
BlackRock New Energy
Fundo de acções de empresas mundiais de energia
Rendibilidade 2008: -52,23%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche
Bank, Millennium bcp
Alternativa: World Express Global Energy Equities
Ao especializar-se em empresas energéticas voltadas para as novas fontes de energia e para a tecnologia de optimização energética, Robin Batchelor, a gestora do BlackRock New Energy, conseguiu um desempenho de longo prazo superior, apesar de, em 2008, ter ficado entre os piores fundos de acções de empresas mundiais de energia. No portefólio do fundo da BlackRock encontram-se nomes como Vestas Wind Systems, Gamesa e Iberdrola Renovables. O produto encontra-se comercializado em euros e em dólares. É praticamente indiferente escolher um ou outro.
Fidelity Global Financial Services A
Fundo de acções de empresas mundiais de finanças
Rendibilidade 2008: -44,26%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Deutsche Bank, Millennium bcp
Alternativa: Fidelity Global Financial Services E, Goldman Sachs Global Financial Services
Se bem se recorda, a actual crise nasceu no seio do sector inanceiro: a génese foi o problema do "subprime", o crédito hipotecário de alto risco nos Estados Unidos da América, que desabou sobre várias entidades financeiras, como o Lehman Brothers, a AIG, o Bear Sterns e o Merrill Lynch. Tem sido difícil escolher acções nesta indústria, mas Pierre Sorel, o gestor do Fidelity Global Financial Services, tem-no feito melhor do que os outros. A sua maior aposta é o Mizrahi Tefahot, o quarto maior banco israelita. A série E deste fundo é comercializado no Deutsche Bank e no Millennium bcp e a série A no ActivoBank7, no Banco Best e também no Deutsche Bank.
Eurizon Equity Pharma
Fundo de acções de empresas mundiais de saúde
Rendibilidade 2008: -23,15%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Banco Best
Alternativa: BlackRock World Healthscience
A saúde das empresas de saúde não anda bem. Em média, os fundos de empresas mundiais desta indústria desvalorizaram cerca de 22 por cento em 2008. O fundo gerido por Marc Fohr, o Eurizon Equity Pharma, teve uma performance inferior no ano passado, mas não deixa de ser o melhor do grupo numa análise do binómio rendibilidade-risco no médio e no longo prazo. Entre as suas principais apostas estão empresas internacionalmente reconhecidas, como Johnson & Johnson, Pizer, Novartis, Roche e GlaxoSmithKline. O fundo tem protecção cambial.
Goldman Sachs Global Technology
Fundo de acções de empresas mundiais de tecnologia
Rendibilidade 2008: -44,14%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Banco Best
Alternativa: BPI Tecnologias
O Goldman Sachs Global Technology, que, na edição de 2008 do especial de fundos da Carteira, estava entre os melhores da categoria de acções de empresas mundiais de tecnologia, subiu ao topo das preferências nesta gama. A equipa de gestores da Goldman Sachs Asset Management gere um portefólio concentrado de títulos do sector tecnológico, maioritariamente norte-americanos, como os da Microsoft, da Cisco Systems, da Apple e da Google. Em alternativa a este produto, sugere-se o BPI Tecnologias, um fundo que selecciona os investimentos através de algoritmos financeiros.
World Express Global Emerging Market Equities
Fundo de acções de mercados emergentes
Rendibilidade 2008: -49,61%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Banco Best, Banco Big
Alternativas: JPMorgan Emerging Markets Equity, Schroder
Emerging Markets
O responsável pela selecção de acções para o World Express Global Emerging Market Equities, Andrew Miller, gestor da Mondrian Investment Partners, beneficia da protecção cambial para conseguir ultrapassar a concorrência dos restantes fundos de acções de mercados emergentes. No seu último comentário mensal, Miller diz que está mais afastado da Coreia do Sul e da Índia, onde os preços não são tão atraentes. O seu sector preferido é o das telecomunicações: os seus três maiores investimentos são acções da China Mobile, Turkcell e Singapore Telecom.
Schroder US Smaller Companies
Fundo de acções de PME da América do Norte
Rendibilidade 2008: -32,73%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big,
Deutsche Bank
Alternativas: Schroder US Small & Mid-Cap Equity, UBS EF Mid Caps USA
A preferência da Carteira na classe de fundos de acções de pequenas e médias empresas da América do Norte mudou do Schroder US Small & Mid-Cap Equity para o Schroder US Smaller Companies. Jenny Jones, a gestora de ambos os produtos, investiga sociedades pouco conhecidas dos investidores portugueses. No final de 2008, as maiores apostas eram Reinsurance Group of America, uma resseguradora, a PSS World Medical, que vende equipamentos e produtos médicos, a Waste Connections, que gere lixos sólidos, e a Scientific Games, que fornece a indústria de jogos.
Threadneedle Pan European Smaller Companies
Fundo de acções de PME da Europa
Rendibilidade 2008: -46,72%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Banco Best, Banco Big
Alternativas: Franklin European Small-Mid Cap Growth,
Threadneedle European Smaller Companies
Philip Dicken faz o que muitos investidores não querem fazer: estuda as mais pequenas sociedades cotadas nos mercados europeus. No inal de 2008, a maior aposta do Threadneedle Pan European Smaller Companies era a DiaSorin, uma empresa italiana que se dedica exclusivamente a produzir reagentes para diagnósticos in vitro. Esta empresa tem um valor de mercado inferior a 800 milhões de euros, ou seja, o equivalente à capitalização bolsista da portuguesa Semapa.
Threadneedle Japan Smaller Companies
Fundo de acções de PME do Japão
Rendibilidade 2008: -23,19%
Risco: Muito alto
Onde comprar: Banco Best
Alternativa: Axa Rosenberg Japan Small Cap Equity Alpha
Apesar da ajuda do iene, Sarah Williams não conseguiu levar o Threadneedle Japan Smaller Companies além de uma perda de cerca de 23 por cento em 2008. A gestora, que está ao leme do fundo de acções de pequenas sociedades japonesas desde Janeiro de 2008, acredita que o interesse dos investidores japoneses regressou ao mercado, já que as taxas de dividendos que agora se obtêm na praça asiática estão em linha com os seus desejos. Sarah Williams continua a agir à defesa, optando por sectores como dos caminhos-de-ferro.
Fidelity Japan Dividend Growth
Fundo de acções do Japão
Rendibilidade 2008: -11,24%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best
Alternativas: Fidelity Japan Advantage, World Express Japanese Equities
Além de procurar empresas baratas nas bolsas japonesas, Laurent Del Grande, o gestor do Fidelity Japan Dividend Growth, tem outro objectivo: obter uma elevada taxa de dividendo a partir dos seus investimentos. No final de 2008, o principal activo do fundo era exemplificativo: as acções da Daiichi Sankyo, a 22ª. maior farmacêutica do mundo, apresentavam uma taxa de dividendo superior a 4 por cento, o dobro da média do mercado japonês. No ano passado, o Fidelity Japan Dividend Growth foi o terceiro melhor
da classe de fundos de acções japonesas. Perdeu 11,24 por cento.
ESCOLHA CARTEIRA
BPI Reestruturações
Fundo de acções do mundo
Rendibilidade 2008: -24,92%
Risco: Alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Banco BPI, Banco Português de Investimento
Alternativas: BPI Opportunities, DB Platinum Branchen Stars, DB Platinum Substanzaktien International, Franklin Mutual Global Discovery, UBS SF Equity CHF
O BPI Reestruturações, que celebrou 8 anos em Dezembro, continua a ser o melhor fundo de acções globais. Em 2008, Virgílio Garcia, o gestor responsável, coloca o produto na terceira posição das rendibilidades (embora o primeiro fundo, o Credit Suisse Christian Values, tenha investido pouco em acções ao longo do ano). De notar que o BPI Opportunities, que se encontra entre as alternativas nesta categoria de fundos, é "irmão" do BPI Reestruturações, uma vez que também é gerido por Virgílio Garcia. A grande diferença está na tributação, uma vez que o BPI Opportunities é um fundo luxemburguês.
Skandia Pacific Equity
Fundo de acções do Pacífico
Rendibilidade 2008: -39,36%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best
Alternativa: F&C Pacific Equity
A Skandia Global Funds contratou o londrino Angus Tulloch, da First State Investments, para administrar o Skandia Pacific Equity. Nos últimos 5 anos, este foi o único fundo de acções do Pacífico a alcançar uma rendibilidade superior à inflação. No início de 2009, Tulloch tinha mais de metade do capital do Skandia Paciic Equity nos mercados de Hong-Kong, da Austrália e de Taiwan. O gestor estava especialmente optimista em relação à Newcrest Mining, a maior aurífera australiana, uma vez que um décimo do portefólio está aplicado nas suas acções.
Goldman Sachs UK Core Equity
Fundo de acções do Reino Unido
Rendibilidade 2008: -10,16%
Risco: Muito alto
Onde comprar: ActivoBank7
Alternativa: Eurizon Equity Great Britain
É difícil bater o desempenho da equipa da Goldman Sachs Asset Management que gere o fundo de acções do Reino Unido. Enquanto, o Goldman Sachs UK Core Equity perdeu cerca de 10 por cento em 2008, os restantes produtos da classe deslizaram uma média de 45 por cento. Há pouca informação sobre o fundo, além de que os gestores usam várias técnicas quantitativas para seleccionar acções britânicas. No final de Setembro, o HSBC Holdings ocupava a primeira posição da carteira do Goldman Sachs UK Core Equity.
JPMorgan Blue and Green
Fundo misto neutro
Rendibilidade 2008: -6,27%
Risco: Médio baixo
Onde comprar: Deutsche Bank
Alternativa: JPMorgan Global Balanced
O Deutsche Bank comercializa em exclusivo o fundo JPMorgan Blue and Green, o melhor produto analisado nesta edição especial que equilibra posições semelhantes nos mercados accionistas e obrigacionistas. Jim Snow, o gestor responsável pelo produto da sociedade norte-americana, tem seleccionado obrigações governamentais europeias para as primeiras posições do fundo. No início de 2009, a maior aposta era em títulos do tesouro francês. Apesar disso, é nos Estados Unidos da América que especialista investe mais.
World Express Global Asset Allocation
Fundo misto predominantemente de acções
Rendibilidade 2008: -23,53%
Risco: Médio alto
Onde comprar: Banco Best, Banco Big
Alternativa: DB Platinum Dynamic Aktien Plus
Para a gestão do World Express Global Asset Allocation, o Standard Bank contratou dois gestores de duas sociedades gestoras diferentes: Michael Ng, vice-presidente da RiverSource Investments, ficou com a parte obrigacionista do fundo misto, enquanto Andrew Holliman, da britânica Threadneedle Asset Management, é responsável pela maior fatia, a componente accionista. Embora, seja um fundo enviesado para o mercado de acções, no início de 2009, as maiores apostas eram em obrigações soberanas do Japão.
DB Platinum Conservative Profile
Fundo misto predominantemente de obrigações
Rendibilidade 2008: -4,44%
Risco: Médio
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank
Alternativa: Caixagest Estratégia Equilibrada
Apesar dos gestores do DB Platinum Conservative Profile poderem investir até metade do portefólio no mercado accionista, há bastante tempo que a carteira do fundo da DB Platinum Advisors não tem uma única acção. No início do segundo semestre de 2008, quando os responsáveis apresentaram o relatório de contas intercalar (entretanto não disponibilizaram actualizações mensais, como a maioria das sociedades gestoras estrangeiras), o fundo apenas tinha 9 obrigações diferentes, das quais se destacavam uns
títulos japoneses, com uma taxa de cupão de 1,55 por cento, que se vencem em 2012.
ESCOLHA CARTEIRA
Espírito Santo Euro Bond
Fundo de obrigações da Europa
Rendibilidade 2008: 8,40%
Risco: Médio baixo
Onde comprar: Banco Best
Alternativa: Parvest Euro Government Bond
Depois de descontar os impostos, o Espírito Santo Euro Bond, o fundo luxemburguês da Espírito Santo Activos Financeiros que investe em obrigações europeias, registou um ganho anual de 4,53 por cento desde que foi lançado em Setembro de 1995. Em 2008, o ganho foi bastante superior à média de longo prazo: o produto rendeu 8,40 por cento. No início de 2009, os gestores, que trabalham a partir de Portugal, investiam maioritariamente em títulos governamentais, especialmente da Alemanha e dos Países Baixos.
Threadneedle European High Yield Bond Net
Fundo de obrigações de alto rendimento da Europa
Rendibilidade 2008: -22,70%
Risco: Médio
Onde comprar: Banco Big
Alternativas: Threadneedle European High Yield Bond Gross
O Threadneedle European High Yield Bond é comercializado em duas versões diferentes em Portugal. O Banco Big tem a exclusividade da série que tem perdido menos nos últimos 5 anos, enquanto o Banco Best distribuiu a outra com resultados ligeiramente inferiores. O fundo, que é da responsabilidade do gestor Roman Gaiser, tem investido predominantemente em obrigações com um rating B, numa escala que vai de D (quando o emitente está em incumprimento) até AAA (quando o risco é quase nulo, segundo as agências de classiicação de dívida). No final de 2008, as obrigações da Asset Repackaging, um veículo de investimento gerido pelo Deutsche Bank, eram o maior activo.
World Express US$ High Income Bonds
Fundo de obrigações de alto rendimento do mundo
Rendibilidade 2008: -19,07%
Risco: Médio
Onde comprar: Banco Best
Alternativas: BPI High Income Bond, Schroder Global High Yield
Embora seja um fundo de obrigações de risco elevado por natureza, Brian Lavin, gestor da RiverSource Investments ao serviço do Standard Bank, está a levar o World Express US$ High Income Bonds para terreno mais seguro. "O portefólio apresenta uma taxa de rendibilidade implícita inferior ao índice de referência, o que relecte o actual peril de risco inferior ao mercado", explicou o gestor no seu último comentário. Este fundo está disponível na sua versão original em dólares e na série em euros com cobertura cambial. Está último é a escolha da Carteira pela sua volatilidade inferior.
ESCOLHA CARTEIRA
Parvest Dynamic Eonia Premium
Fundo de obrigações de curto prazo em euros
Rendibilidade 2008: 3,63%
Risco: Baixo
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best
Alternativas: Credit Suisse BF Short-Term Euro, Dexia Bonds Treasury Management, Parvest Euro Short Term Bond
O objectivo de Patrick Barbe, o gestor do Parvest Dynamic Eonia Premium, é oferecer uma rendibilidade superior a sucessivos depósitos diários à taxa do mercado europeu (a Eonia é a equivalente à Euribor de 1 dia). Para isso, o especialista investe em obrigações e noutros títulos de dívida de curto prazo. Nesta altura, cerca de metade do títulos no portefólio vence-se entre 2009 e 2011. Em 2008, enquanto a referência gerou um ganho de 3,94 por cento, o fundo avançou 4,54 por cento. Depois de impostos, a rendibilidade desce para 3,63 por cento.
Schroder Emerging Market Debt Absolute Return
Fundo de obrigações de mercados emergentes
Rendibilidade 2008: -2,73%
Risco: Médio baixo
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big,
Deutsche Bank
Alternativas: Eurizon Bond Emerging Markets, ING Renta Emerging Markets Debt Local Currency
A versão com protecção cambial do Schroder Emerging Market Debt Absolute Return é claramente menos volátil do que a versão original em dólares. É por isso que essa série é a preferida da revista Carteira, apesar da protecção não ter sido positiva ao longo do ano de 2008. Geoff Blanning, o gestor responsável pelo fundo da Schroders, investe em obrigações de mercados emergentes mundiais. No último portefólio apresentado, as principais apostas estavam bem distribuídas pelo mundo em desenvolvimento, em particular na Malásia, em Singapura, na China, em Taiwan, na Polónia, na Indonésia e na Coreia do Sul.
Eurizon Bond USD
Fundo de obrigações do mundo em dólares
Rendibilidade 2008: 11,51%
Risco: Médio
Onde comprar: Banco Best
Alternativas: BlackRock Global Government Bond, Gartmore Global Bond, Templeton Global Bond, WestLB Global Bond
A estratégia de Carlo Ciabuschi, que gere tanto este Eurizon Bond USD como o Eurizon Bond GBP, tem sido a segurança. O gestor italiano concentrou-se na aquisição e administração de obrigações e bilhetes do tesouro norte-americano. Porém, a grande vantagem deste produto é a cobertura cambial, ou seja, excluindo o custo dessa protecção, através deste fundo os investidores portugueses ganham exactamente o mesmo que um investidor estado-unidense que seleccione obrigações norte-americanas.
ESCOLHA CARTEIRA
UBS BS EUR Select Defensive
Fundo de obrigações do mundo em euros
Rendibilidade 2008: 2,68%
Risco: Baixo
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best
Alternativas: BPI Euro Taxa Fixa, Espírito Santo Global Bond, Espírito Santo Obrigações Europa, Espírito Santo Obrigações Global, Eurizon Bond EUR Medium Term, Eurizon Valore Equilibrio, UBS BS EUR Select
São muito poucos os fundos de obrigações com um nível de volatilidade inferior ao UBS BS EUR Select Defensive, comercializado pelo ActivoBank7 e pelo Banco Best. O produto é inclusivamente menos volátil do que alguns produtos de tesouraria disponíveis em Portugal. Os gestores da UBS Global Asset Management conseguem esta proeza seleccionando emitentes de elevada qualidade credíticia e títulos com prazos curtos. Segundo o último relatório dos gestores do produto, em média, as obrigações vencem-se dentro de 1 ano e 8 meses.
Eurizon Bond GBP
Fundo de obrigações do mundo em libras
Rendibilidade 2008: 7,77%
Risco: Médio
Onde comprar: Banco Best
Alternativa: Threadneedle Sterling Bond
Carlo Ciabuschi, o gestor deste fundo, é também o responsável pelo Eurizon Bond USD, como indicado anteriormente. A estratégia que tem seguido é a mesma: investe maioritariamente em títulos governamentais emitidos pela coroa britânica. Tal como no outro fundo, a grande vantagem do Eurizon Bond GBP é a cobertura cambial, ou seja, é possível beneiciar da evolução das obrigações do Reino Unido sem se ser penalizado pela volatilidade da libra esterlina.
ESCOLHA CARTEIRA
CAAM Arbitrage Inflation
Fundo de obrigações indexadas à inflação
Rendibilidade 2008: 3,38%
Risco: Baixo
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
Alternativa: Eurizon Bond Inflation Linked
Christophe Dehondt, o responsável do Crédit Agricole Asset Management, não investe em obrigações indexadas à inlação como os restantes gestores. Ele prefere fazer investimentos arbitragistas. Por exemplo, no final de 2008, Dehondt apostou que os títulos a 10 anos ligados à inlação da Zona Euro teriam um desempenho superior aos homólogos norte-americanos. Nesse caso, apostou mal, mas, em geral, o gestor tem acertado. A série do CAAM Arbitrage Inflation comercializada pelo Banco Big tem dado resultados ligeiramente superiores.
BlackRock Reserve
Fundo de tesouraria em dólares
Rendibilidade 2008: -3,58%
Risco: Médio baixo
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best
Alternativa: SGAM FMM USD
Só há uma razão para o BlackRock Reserve ser um fundo de tesouraria em dólares melhor do que os restantes: faz cobertura cambial. Além de ser o único positivo numa análise a 3 anos, é claramente o produto menos arriscado do grupo.
ESCOLHA CARTEIRA
SGAM FMM Euro
Fundo de tesouraria em euros
Rendibilidade 2008: 3,28%
Risco: Baixo
Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best
Alternativas: HSBC Euro Reserve, Invesco Euro Reserve
Enquanto muitos fundos de tesouraria portugueses passam por extremas diiculdades, o SGAM FMM Euro é simultaneamente o mais rentável e o segundo menos volátil (só fica atrás do Montepio Monetário). Tony Du Prez, o gestor do fundo, explica que continua concentrado em títulos de bancos com maturidades até 3 meses.
Perder menos
Os fundos indicados como escolhas da Carteira na edição de há 1 ano perderam 22,25 por cento. É um resultado desastroso, mas, mesmo assim, melhor do que a queda média de 29,35 por cento dos fundos comercializados em Portugal.
A pior aposta foi claramente o JPMorgan Eastern Europe, um dos fundos de acções da Europa emergente geridos pela JPMorgan Asset Management: caiu quase 72 por cento, devido sobretudo à exposição ao complicado mercado russo, que representa mais de 50 por cento do portefólio gerido por Oleg Biryulyov e Sonal Pandit. O outro fundo de acções, o BPI Reestruturações, foi um dos que menos perdeu, cerca de 25 por cento em 2008, voltando a merecer a confiança da Carteira nesta edição.
Dos restantes 3 fundos de risco baixo ou médio baixo - CAAM European Bond, DB Platinum Sovereign Plus e BPN Tesouraria -, só o produto do grupo Deutsche Bank vingou, atingindo uma mais-valia de 2,71 por cento, já que os outros se icaram por perdas em torno dos 8 por cento.