Boas e Baratas

Início frouxo

O primeiro mês do ano não foi simpático para a estratégia do carteira.pt. Dos 16 títulos que compõem o portefólio somente 4 ganharam valor em Janeiro

Início frouxo

Joaquim Madrinha

Diz-se que o comportamento das bolsas no mês de Janeiro é um prenúncio do que vai acontecer no ano inteiro. Esperemos que não. Apesar do optimismo existente em torno da recuperação económica mundial, este não se reflectiu nos índices mundiais de acções, pelo menos, no primeiro mês do ano. Em Janeiro, o índice MSCI World, que compila 1500 empresas cotadas do mundo, perdeu 4,34 por cento, uma variação que apesar de tudo foi minimizada pela valorização do dólar face ao euro. Ou seja, para um "euro-investidor", o índice mundial perdeu apenas 1,24 por cento.

No portefólio Boas e Baratas, os ganhos da moeda norte-americana face ao euro também se fizeram sentir. Por serem cotadas em dólares, as perdas registadas no mês passado pelas empresas Petrobras, Raytheon e Norfolk Southern foram suavizadas, porém, não o suficiente para evitar que carteira tombasse 3,73 por cento (taxa média da variação mensal).

Nas "Boas", o Banco Santander e a Telefónica destacaram-se pela negativa. Aliás, no mês de Janeiro todas as empresas espanholas presentes no portefólio registaram variações negativas e não se pode dizer que foi devido ao risco específico das empresas. Espanha, tal como a Irlanda e Portugal, está-se a ver grega com a dívida pública e o défice orçamental e essa realidade está ter repercussões no mercado de capitais do país.

Pelo contrário, a norte-americana Raytheon continuou a capitalizar as notícias sobre o programa de defesa antimíssil delineado por Barack Obama para o Médio-Oriente, enquanto a petrolífera brasileira deverá ter beneficiado da alta do petróleo no início do ano e do newsflow positivo sobre novas descobertas e parcerias.

Na carteira das "Baratas", Mota-Engil foi a mais afectada perdendo quase 15 por cento ao longo do primeiro mês do ano. A diminuição do investimento público previsto no orçamento do Estado para 2010, a suspensão do lançamento de novas concessões rodoviárias que estavam já programadas e a "guerra" com a espanhola FCC para a construção de um dos troços do TGV fez moça nas cotações da construtora nacional.

A excepção à regra nas "Baratas" foi a Sonae que beneficou de duas notas de research positivas para a . O Banco BPI elegeu-a uma das empresas a "ter" em 2010, enquanto o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs elegeu-a com uma das melhores holdings europeias para estar investido este ano.

Nas "Boas e Baratas", as espanholas OHL e Gas Natural foram contagiadas pelo mau momento da economia espanhola, enquanto a EDP registou a maior perda mensal desde Fevereiro de 2009. A EADS foi a excepção às quedas, talvez devido ao último relatório da associação do sector que diz que o pior para a indústria já passou, embora sejam necessários 3 anos para que as companhias regressem aos números registados antes da crise.

Mau começo

O mês de Janeiro foi mau para a generalidade dos mercados accionistas e a estratégia B&B não escapou à tendência



Janeiro 2010 [Empresas / Rendibilidade]

 

Boas

Baratas

Boas e baratas

Fonte: Bloomberg,Rendibilidades efectivas em euros. 29 Janeiro 2010