Boas e Baratas

Boas & Baratas: O melhor de dois mundos

Cruze as regras para encontrar boas acções e as condições para serem consideradas baratas e desvendará os melhores títulos do momento

Boas & Baratas: O melhor de dois mundos

David Almas

Combinando as regras para encontrar as "boas" acções - um forte crescimento dos lucros e um rácio P/L baixo - e o modelo para serem "baratas" - uma margem de manobra superior ao valor de mercado - descobrimos quatro acções Boas & Baratas, que pode conhecer mais abaixo.

Antes de ligar ao seu corretor, há algumas coisas que deve saber. Para começar, as Boas & Baratas compram-se à dúzia, isto é, as oito acções indicadas nos dois artigos anteriores fazem parte da estratégia. Depois, não se esqueça que as acções são activos voláteis. A responsabilidade de as comprar é totalmente sua. Além disso, há custos envolvidos na compra, venda e manutenção de acções. É por isso que a Carteira lhe recomenda que nunca deve aplicar menos de 2500 euros em cada título de cada vez, o que quer dizer que precisa de 30 000 euros para replicar com sucesso a estratégia das Boas & Baratas. Só investindo mais de 2500 euros de cada vez é que consegue diluir todos os custos envolvidos nas operações.

EADS

A European Aeronautic Defence and Space Company resultou da fusão da alemã DaimerChrysler Aerospace, da francesa Aérospatiale-Matra e da espanhola CASA. Hoje, 70% da facturação tem origem nos Airbus, dos quais 95% são respeitantes a aviões civis. Por isso, o futuro passa pelo A380, o "Superjumbo", cujas encomendas já estão a ser satisfeitas mas com atrasos. Além da divisão Airbus, a EADS também opera no mercado dos satélites, através da Astrium, da defesa e segurança e na produção de helicópteros, graças à unidade Eurocopter, que fabrica os AS332 Super Puma, os sucessores dos Puma que estão operacionais no comando açoreano da Força Aérea.

Crescimento dos lucros: 20,90%

P/L: 7,53x

Margem de manobra: 14 991 milhões de euros

Capitalização bolsista: 11 782 milhões de euros

Sector: Aeronaútica

Bolsa: Paris

ZIB: ★★

Web: www.eads.eu

EDP - Energias de Portugal

É a maior sociedade cotada em Portugal: voltou a ultrapassar recentemente os 11 mil milhões de euros de valor de mercado, 25% acima da segunda maior cotada, a Galp Energia. Foi a primeira companhia eléctrica ibéria a controlar activos relevantes na geração e distribuição de electricidade dos dois lados da fronteira. Hoje, a EDP é uma companhia de electricidade e gás em Portugal e ainda controla a EDP Renováveis, a segunda produtora mundial de energia eólica, e o grupo Energias do Brasil. Assim, a EDP está presente em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Roménia, Polónia, Estados Unidos da América, China e Brasil.

Crescimento dos lucros: 12,25%

P/L: 12,03x

Margem de manobra: 14 926 milhões de euros

Capitalização bolsista: 11 024 milhões de euros

Sector: Electricidade

Bolsa: Lisboa

ZIB: ★★★★★

Web: www.edp.pt

Gas Natural SDG

O negócio principal desta empresa de Barcelona centra-se no aprovisionamento, distribuição e comercialização de gás natural em Espanha, na América Latina, em Itália e em França. Globalmente, tem 11 milhões de clientes. Paralalemente, a Gas Natural SDG também produz electricidade. Está a decorrer um plano de internacionalização que prevê o lançamento de unidades na Argélia, Nigéria e Angola. É uma das primeiras empresas estrangeiras registadas como comercializadoras de gás em Portugal.

Crescimento dos lucros: 13,44%

P/L: 8,05x

Margem de manobra: 24 068 milhões de euros

Capitalização bolsista: 13 124 milhões de euros

Sector: Gás

Bolsa: Madrid

ZIB: ★★★★

Web: www.gasnaturalsdg.es

Obrascon Huarte Lain

Originalmente, a Obrascon Huarte Lain era um grupo espanhol de construção civil, mas rapidamente se diversificou para outras áreas, o que lhe permitiu alcançar um crescimento invejável nos últimos anos. Agora, além do negócio da construção em Espanha, a OHL também edifica nas Américas e na Europa Central e Oriental. À parte da construção, também explora concessões de auto-estradas, portos, aerportos e ferrovias, bem como promove e explora centros comerciais e projectos turísticos. Na área do meio ambiente, concentra-se no tratamento de águas e, na actividade industrial, projecta fábricas e unidades energéticas.

Crescimento dos lucros: 34,14%

P/L: 12,06x

Margem de manobra: 3579 milhões de euros

Capitalização bolsista: 1513 milhões de euros

Sector: Construção

Bolsa: Madrid

ZIB: sem recomendação

Web: www.ohl.es

Fonte: Bloomberg, sociedades. Crescimento dos lucros = crescimento médio dos lucros anuais nos últimos cinco anos. P/L = preço ÷ lucros de 12 meses por acção. Margem de manobra = activo circulante + imobilizações corpóreas - passivo circulante (informação da última apresentação de resultados trimestral). Capitalização bolsista = Preço × número de acções. 31 de Agosto de 2009