Actualmente contam-se no mercado português mais de uma trintena de seguradoras a oferecerem-se para segurar o seu automóvel. Não de graça, claro, mas por um prémio anual que, segundo os últimos dados do Instituto de Seguros de Portugal, corresponde a uma despesa média de 350 euros.
No entanto, a chegada das seguradores online tem contribuído para baixar esta fasquia. A sua estrutura de custos fixos bem mais reduzidos que as companhias tradicionais permite-lhes oferecer o mesmo serviço por um preço mais baixo e com maior comodidade.
A partir de casa, conectando-se ao sítio ou através de um serviço telefónico destas companhias low-cost, os condutores podem subscrever, quase na hora, uma apólice para o seu automóvel: rápido e barato. O senão? Qualidade no atendimento.
Enquanto no caso das companhias tradicionais o processo de subscrição da apólice é geralmente feito sob o acompanhamento de um mediador, no caso das companhias de baixo custo, o seguro automóvel começa e acaba com um telefonema ou com um clique.
Tradicionais vs. low-cost
Perante a lei, a subscrição de um seguro de responsabilidade civil que garanta as indemnizações devidas por danos pessoais e materiais causados a terceiros, bem como às pessoas transportadas, com excepção do condutor, é obrigatório para todos os veículos motorizados.
Na maioria das seguradas, o pacote mais barato apenas cobre a responsabilidade civil por danos materiais e corporais no valor de 1,8 milhões de euros, assistência-base em viagem e ainda protecção jurídica.
Utilizando como ponto de partida estas modalidades, a Carteira realizou várias simulações junto de 4 das maiores seguradoras tradicionais - Allianz, Fidelidade-Mundial, Império-Bonança e Tranquilidade - e das 5 companhias online - Logo, N Seguros, Ok! Teleseguro, Seguro Directo, Seguros Continente e Sempre Seguros - para os modelos mais vendidos em 2007 dos 8 segmentos de veículos, para 7 perfis de condutores e todos eles sem qualquer sinistro desde que obtiveram a carta de condução.
As conclusões foram claras: as seguradoras de baixo custo oferecem prémios, em média, 32 por cento mais baixos que as companhias tradicionais e a N Seguros, do grupo Banco Português de Negócios, é a campeã dos preços baixos, batendo a concorrência em todas as classes de veículos ligeiros de passageiros.
Jovens cosmopolitas
A falta de experiência sai cara: quanto mais jovem e menos experiência de condução tiver, maior será o prémio a pagar à seguradora. O risco de acontecer um acidente é bastante elevado e, por isso, as seguradoras cobram prémios mais elevados. Por essa razão, muitos jovens adiam o primeiro seguro em seu nome até completarem 5 anos como condutores. Até lá, colocam o seguro automóvel em nome dos pais.
Utilitário para todas as ocasiões
A experiência ao volante ainda não é muita e por isso algumas seguradoras ainda fazem valer caro a idade jovial. De tal forma que a discrepância nos prémios entre a oferta mais barata e a mais cara na gama de veículos da classe B (inferiores) recolhidas pela Carteira, com base no Opel Corsa 1.2 Enjoy, foi de 62 por cento, uma diferença que se traduz em 202 euros por ano entre a oferta da N Seguros e a da Tranquilidade.
Família e amigos
O risco da idade deixa de ser uma variável negativa no cálculo do prémio. Com carta de condução há mais de 12 anos e sem sofrer qualquer sinistro desde então, o risco para a seguradora é substancialmente inferior aos casos anteriores. Todavia, a diferença de prémios mantêm-se. No caso do Renault Mégane, o carro mais vendido em 2007, os prémios começam nos 123 euros oferecidos pela N Seguros e terminam nos 296 euros da Império Bonança
Desportivo para o dia-a-dia
A potência do veículo é só mais uma das variáveis ponderadas pela seguradora no cálculo do risco. A profissão, o local de residência do condutor e, até, a cor do veículo são variáveis tidas em conta na equação do prémio anual. Mas, no caso dos desportivos, o desempenho do motor ganha maior relevância mas nem por isso justifica um prémio superior aos das classes inferiores. Os prémios variam entre os 149 euros da N Seguros e os 261 euros oferecidos pela Allianz, a melhor oferta das segurados tradicionais neste segmento.
Condutores de fato e gravata
No segmento superior, as diferenças nos prémios já não se fazem sentir com tanto impacte nos bolsos dos condutores. No caso do BMW 520d Berlina, de 5 portas, com 163 cavalos, considerado o carro "executivo do ano", o diferencial entre o prémio mais barato e o mais caro é de 150 euros. Porém, neste segmento, essa diferença monetária é geralmente ultrapassada pelos serviços extras que cada companhia oferece e nem sempre a opção mais barata é a preferida.
Luxo com muita classe
O pacote de seguros mais completo é muitas vezes o escolhido pelos condutores deste segmento. Às coberturas obrigatórias, junta-se a protecção de ocupantes e do condutor, assistência em viagem com veículo de substituição, cobertura contra quebra de vidros, vandalismo e catástrofes naturais. Nestes pacotes, facilmente o prémio a pagar ultrapassa os 1500 euros. Todavia, para os automobilistas que queiram poupar o mais que puderem, a solução deve voltar a recair para a oferta da N Seguros.
Um segmento à parte
A passagem da estrada para a terra batida faz-se com grande naturalidade ao volante de um SUV, mas nem por isso o pagamento do prémio do seguro ao final do ano é mais suave. Nas simulações recolhidas pela Carteira para um Nissan Qashqai 4x2 1.5d, carro do ano de 2008, os valores circularam entre uma média de 191 euros cobrados pelas seguradoras "low-cost" e os 288 euros oferecidos pelas seguradas tradicionais.
Grandes famílias
O número de monovolumes a circularem nas estradas portuguesas tem aumentado ano após ano. Maiores que os tradicionais automóveis estes veículos são as escolhas de muitas famílias numerosas. Quase como um incentivo à natalidade, os dados recolhidos pela Carteira revelam que este segmento é o que apresenta menor variação nos prémios. No entanto, é uma diferença que, no caso do Citroën C4 Grand Picasso, 1.6 Hdi, se traduz em 187 euros entre a oferta mais elevada e a mais baixa.