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Contas Públicas

Estado não está interessado em saber se gasta bem ou mal o seu dinheiro, conclui Tribunal de Contas

A implementação de revisões da despesa não foi bem-sucedida nas duas últimas vezes em que foi implementada, durante os anos da troika e entre 2016 e 2023, por descoordenação entre instituições e indefinição dos critérios, diz o Tribunal de Contas. A terceira tentativa foi uma “obrigação” do PRR e está em curso
António Pedro Ferreira

O Estado português não esteve particularmente interessado em perceber se, como, e onde estaria a despender mal o seu dinheiro. É a conclusão de um relatório do Tribunal de Contas (TdC) sobre as três tentativas de implementação de mecanismos de análise sistemática da despesa pública postas em prática na última década. De 2013 a 2023, falharam as tentativas de implementar revisões da despesa em linha com as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pecando pela falta de objetivos claros e pouca transparência, e não tendo gerado nenhumas poupanças.