O Estado português colocou esta quarta-feira, 8 de março, 915 milhões de euros em dois leilões de Obrigações do Tesouro (OT) com um juro significativamente acima do da emissão comparável mais recente.
Segundo a Agência de Gestão da Tesouraria e da Divida Pública (IGCP), o Estado emitiu 397 milhões de euros numa OT com maturidade a 9 anos, em julho de 2032, a um juro de 3,549%; e 518 milhões de euros em uma OT com maturidade a 12 anos, em outubro de 2035, com um juro de 3,744%. A procura foi 2,58 vezes e 2,27 vezes, respetivamente, superior à oferta.
Em fevereiro, o Estado emitiu mil milhões de euros em OT a dez anos, com um juro de 3,172% e uma procura 2,34 vezes superior à oferta.
A nove anos, a mais recente emissão ocorreu em outubro, com o Estado a angariar 651 milhões de euros a um juro de 3,230%
A doze anos, a mais recente emissão foi em março de 2022, na qual o Estado emitiu 790 milhões de euros a um juro de 1,154%.
“As taxas obtidas estão em máximos históricos dos últimos 6 anos e estão bem acima das obtidas nos leilões anteriores. As taxas de juro têm vindo a ter uma trajetória ascendente e ajustadas às expetativas que o mercado vai fazendo relativamente às subidas que se esperam por parte do Banco Central Europeu”, referiu Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, num comentário enviado às redações.
"Apesar de Portugal estar com taxas mais elevadas e a assistir o custo do serviço da dívida a subir, tal não tem sido percecionado pelo mercado como algo que coloque em causa o crescimento do país, algo que é possível verificar pelo spread que temos versus a Alemanha e que se tem mantido estável e nos mínimos dos últimos meses”, acrescentou Filipe Silva.