O magnata vietnamita Trinh Van Quyet foi condenado a 21 anos de prisão por alegadamente ter defraudado aionistas em cerca de 150 milhões de dólares (cerca de 136,8 milhões de euros ao câmbio atual), inflacionando falsamente o valor da sua empresa, noticiou a Associated Press esta segunda-feira.

O Tribunal Popular de Hanói condenou Trinh Van Quyet, de 48 anos, após um julgamento de duas semanas que incluiu 49 arguidos apontados como cúmplices. Não ficou imediatamente claro se Quyet, que foi detido em 2022, iria recorrer.

De acordo com a acusação, Quyet inflacionou de forma fraudulenta o valor da subsidiária de empreiteiros gerais do grupo, a FLC Faros, ao comunicar aumentos de capital fictícios, antes de entrar em bolsa em 2016.

O empresário era o presidente e fundador do Grupo FLC, que detém a companhia aérea de descontos Bamboo Airways e possui vastas propriedades imobiliárias, incluindo hotéis, estâncias turísticas e campos de golfe, entre outros ativos.

As irmãs de Quyet, Trinh Thi Minh hue e Trinh Thi Thuy Nga, foram condenadas pelas mesmas acusações e receberam penas de 14 e 8 anos, respetivamente. O antigo presidente da Bolsa de Valores de Ho Chi Minh, Tranc Dac Sinh, o diretor-geral adjunto Le Hai Tra e o antigo diretor-geral adjunto Tram Tuan Vu foram todos condenados por abuso de autoridade por terem permitido a Quyet inflacionar o valor da empresa, tendo sido condenados a seis anos e meio, cinco anos e cinco anos e meio de prisão, respetivamente.

A detenção de Quyet insere-se no âmbito da luta contra a corrupção lançada pelas autoridades vietnamitas. A campanha "Fornalha Ardente" do Partido Comunista começou em 2013, mas só em 2018 é que as autoridades começaram a analisar o sector privado. Desde então, foram detidos vários proprietários de empresas em rápido crescimento no Vietname.