A habitação destinada a suprir a falta de oferta existente para as famílias de classe média portuguesa entrou no discurso político e está na mira dos investidores. O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) defende a aposta na habitação acessível em toda a Europa e realça o disparo dos preços em Lisboa. Porém, entre o discurso e a prática ainda há muito caminho a percorrer.
Nos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, só 30% da oferta disponível de T2 e T3, tipologias padrão, está disponível para a classe média, que representa 55% do total da população existente na região. A conclusão é de um estudo da mediadora imobiliária Century 21 que engloba os rendimentos líquidos médios das famílias por concelho — correspondentes aos 2º, 3º e 4º escalões de IRS dos agregados familiares nacionais segundo o INE. Para estas famílias da classe média cujo rendimento líquido está entre os €5 mil e os €19 mil por ano, a Century 21 aplicou a taxa de esforço recomendada pelo Banco de Portugal de 35%.