Economia

Acionistas da Mota-Engil aprovam estatutos que dispensam chineses da CCCC de lançar OPA

A revisão dos estatutos da Mota Engil que permite a entrada da China Communications Construction Company (CCCC) no capital do grupo português sem lançar uma OPA foi esta sexta-feira aprovada em Assembleia Geral.

Bloomberg/Getty Images

Por esmagadoras maioria, o ponto único da ordem de trabalhos da Assembleia Geral (AG) de acionistas foi aprovado esta sexta-feira e abre caminho à entrada da CCCC no capital do grupo liderado por António Mota.

A deliberação foi aprovada 99,39% dos acionista e cria as condições para responder às exigências da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para dispensar a quarta maior construtora do mundo de lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre o grupo. Em causa estava a redução de um terço para 30% da minoria de bloqueio,com a entrada de um novo acionista, neste caso o grupo chinês.A dispensa de OPA era uma condição prévia à realização do negócio.

A família Mota foi autorizada a votar na reunião, ao contrário do que pretendiam os pequenos acionistas. Mas, mesmo sem o voto da holding familiar, que ainda detém 65% do capital da empresa, a revisão de estatutos seria aprovada, disseram ao Expresso, participantes na reunião.

Os pequenos accionistas criticavam a dispensa de OPA pelo facto da operação da CCCC comprar diretamente à familia Mota de 23% do capital a 3,08 euros por ação - mais do dobro da cotação desta sexta-feira (1,45 euros). E que caso existisse o lançamento de OPA poderiam, caso optassem por sair, obter um preços mais vantajoso. Consideravam que a família Mota deveria ser impedidad de votar por conflito de interesses.

Porém,segundo outros participantes, a questão apresentada à administração da Mota sobre se a anterior revisão de estatutos aprovada em junho seria para acomodar o interesse da CCCC - que só foi conhecido no final de Agosto - terá ficado por responder.

Depois da compra direta e 23% do capital à familía Mota, a segunda fase do acordo prevê um aumento de capital de 100 milhões de ações. As condições desta operação deverão ser conhecidas em breve de modo a que o aumento de capital, ao preço de 1,5 euros por ação, ocorra até ao final de maio. No final, a família Mota baixará para a sua participação de 65% para 40% e o gigante chinês ficará com 30,01%. O negócio ainda não está concretizado.