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“Tranquilidade é ativo relevante, não tóxico”, diz presidente da seguradora em entrevista

CEO da seguradora lembra que Apollo fez aposta na Tranquilidade quando tudo podia correr mal. Pedro Carvalho não fecha a porta a mais movimentos de consolidação

Pedro Carvalho, presidente executivo da Tranquilidade
Ana Baiao

A Tranquilidade, com 150 anos e muito ligada ao Grupo Espírito Santo, passou para as mãos do fundo americano Apollo em 2015. Foi vendida por €44 milhões. No ano seguinte, juntou-se à Açorena, do grupo do Banif. Quase cinco anos depois, foi comprada pela Generali por €600 milhões. “A Tranquilidade tem hoje o triplo da dimensão que tinha em 2014, por via de crescimento orgânico e pelas aquisições. Fomos capazes de nos reinventar. Perdemos muitas empresas, mas também crescemos no retalho, e a gestão deu resultados positivos”, justifica Pedro Carvalho.

Após a queda do GES e com o Novo Banco a executar a garantia sobre a companhia seguradora, a Tranquilidade foi vendida no seio de um concurso internacional. Houve grupos seguradores e fundos de capital de risco à procura, mas o apetite dos primeiros “foi menor, porque viram bastante risco no balanço da companhia, nos ativos, não só imobiliários mas outros, já que tínhamos muitas participadas”. “Éramos o maior empregador de Moçambique através de call centers, por exemplo. As ofertas firmes foram poucas e a da Apollo foi a melhor”, continua o gestor. Um ano depois, “ninguém quis fazer uma oferta pela Açoreana. Mais uma vez, a da Apollo foi a melhor e assumiu o risco. E podia ter corrido mal. Tivemos muitos problemas operacionais”, admite.