A Sonae mostra confiança na hora de enfrentar a entrada dos espanhóis da Mercadona em Portugal e mais concorrência no sector do retalho alimentar. Questionado sobre a chegada do novo operador, Paulo Azevedo, co-CEO do grupo diz: “Já enfrentamos gigantes bem maiores e estamos preparados para dar resposta a todos os adversários. Também estamos muito confiantes porque temos toda a experiência destas lutas e destes desafios. Não achamos que por serem espanhóis sejam mais ameaçadores do que um grupo francês ou alemão”, comentou Paulo Azevedo na apresentação de contas da Sonae, numa resposta a uma pergunta dos jornalistas sobre o impacto do novo concorrente.
Em sinal de descontração, o gestor deixou até uma nota de humor para dizer que no retalho alimentar "foram mais as invasões francesas" que terão atacado a Sonae, numa referência indireta a concorrentes num sector que já atraiu até Portugal marcas como o Carrefour, Auchan ou Intermarché.
Os líderes do mercado espanhol serão "um operador competente", admite, mas são um operador competente tal como " Carrefour, o Lidl, a Aldi, o Intermarché, o Auchan, todos esses grupos de gigantes que vieram desafiar o nosso território. Nós soubemos tomar conta deles. E continuaremos assim, com respeito, humildade e trabalho", acrescentou Paulo Azevedo sem por em questão alterações no cenário de liderança da Sonae no retalho alimentar.
Dia, Angola e novas oportunidades
Já sobre o grupo espanhol Dia e os rumores relativos ao interesse da Sonae na compra deste retalhista espanhol, Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae, escusou-se a comentar diretamente o tema. Admitiu que a empresa está "sempre atenta ao mercado", disponível para estudar oportunidades, mas sublinhou que a estratégia de crescimento da Sonae MC não assenta em aquisições ou tomadas de posição noutros operadores.
Paulo Azevedo juntou uma nota sobre esta questão, referindo que a Sonae "não depende" apenas de si própria e “não podemos olhar para soluções que infringem regras da concorrência”, disse.
Nos caminhos de expansão da Sonae MC, Angola, onde o grupo falhou uma tentativa de entrada no retalho "não está no topo das prioridades" para uma nova investida, até porque "há eventualmente outras possibilidades mais interessantes", acrescentou Paulo Azevedo, sem concretizar.