ARQUIVO Relançar o México

Postal: Uma portuguesa na terra dos Maias

A gripe que deflagrou na Cidade do México foi "uma bomba" para a portuguesa Melícia Pinheiro, que vive em Cancun, onde trabalha há um ano num hotel. "Estamos todos a sofrer nesta zona, que vive de turismo".

Conceição Antunes

É portuguesa, tem 24 anos, e vive há um ano em Cancun, onde trabalha como gerente do serviço aos hóspedes no hotel Bahia Príncipe Tulum. Melícia Pinheiro classifica como "uma bomba" o caso da doença que deflagrou na Cidade do México e acabou por "gripar" a actividade turística na costa mexicana que é um ícone da cultura maia.

"Em Abril, começaram logo a diminuir as reservas. Costumamos ter este hotel sempre cheio, e em Fevereiro até recebemos muitos portugueses", conta Melícia Pinheiro, apontando as cadeiras vazias junto à piscina central do resort, preparado para acolher milhares de hóspedes em simultâneo. "Estamos todos a sofrer nesta zona, que vive de turismo. E Cancun está a 2 mil quilómetros do foco dos problemas de gripe", faz notar. 

Foi em Cancun que Melícia Pinheiro encontrou uma oportunidade para iniciar a sua vida profissional. Licenciada em Ciências da Comunicação, e também com uma pós-graduação, Melícia foi de férias a Cancun em Fevereiro de 2008, e em Julho já estava a trabalhar no hotel onde ficou hospedada em veraneio.

Valeu-lhe o facto de ter ficado com o contacto do director do hotel e de lhe ter enviado um currículo, ao regressar de férias. Porquê mudar de vida para tão longe, na costa do México? "Não há trabalho em Portugal", justifica Melícia Pinheiro.