Brasil decime qué se siente Tener en casa a tu papá Te juro aunque pasen los años Nunca nos vamos a olvidar Que el Diego te gambeteó Que Cani te vacunó Estás llorando esde Italia hasta hoy A Messi lo vas a ver La Copa nos va a traer Maradona es más grande que Pelé
Em quase todos os jogos da Argentina no Mundial-2014 os hinchas argentinos deram show nas bancadas com o cântico 'Brasil decime qué se siente', um gozo descarado aos seus maiores rivais no futebol, os brasileiros. Hoje, o cântico é ao contrário. O que se sente ao perder uma final do Campeonato do mundo na casa do rival? E a taça esteve tão perto...
Ao contrário do que seria expectável, dadas as exibições de argentinos e alemães ao longo do torneio, a Alemanha não teve vida fácil perante a Argentina. Na primeira parte, a equipa de Joachim Low teve muito mais bola do que o adversário, mas as maiores oportunidades de golo foram sempre dos argentinos, terrivelmente hábeis a explorar o contra ataque.
Logo aos 20 minutos, depois de um atraso mal efetuado de Kroos, Higuain teve nos pés a glória, mas apenas conseguiu acertar ao lado, numa jogada que certamente não o deixará dormir na noite de hoje. Pouco depois, o avançado do Nápoles ainda marcou, mas a redenção só demorou meia dúzia de segundos: estava em fora de jogo.
Do outro lado do campo, apenas Schurrle (acabado de entrar para o lugar do lesionado Kramer - que, por sua vez, só foi titular porque Khedira se lesionou no aquecimento) assustou Romero.
Os hinchas argentinos queriam que Lionel Messi lhes levasse a Copa e o dez bem tentou que este fosse o seu Mundial. Depois de uma arrancada fantástica, só o melhor guarda-redes da prova, Manuel Neuer, conseguiu evitar o golo argentino. Na segunda parte, o avançado do Barcelona voltou a tentar, com um remate de longe, mas sem sucesso.
Depois, apagou-se - já depois de ter tido mais um daqueles episódios de quase vómito. Se a Argentina chegou à final, muito o deve ao seu melhor jogador, mas hoje não houve tanto Messi como seria necessário para se esquecer Diego Maradona, que levou uma seleção às costas no Mundial-1986, até ao título - conquistado precisamente perante a Alemanha.
Super Mario para salvar o dia
O jogo esmoreceu na segunda metade, com o único lance de maior interesse a ser o abalroamento de Neuer a Higuain, na área alemã. Estranhamente, o árbitro italiano Nicola Rizzoli marcou falta ao avançado argentino. Nas bancadas, os adeptos mais veteranos devem ter-se lembrado do Mundial-1982, quando o guardião alemão Harald Schumacher abalroou o francês Battiston, nas meias-finais. Battiston saiu de campo com menos dois dentes e três costelas partidas, mas o árbitro não marcou falta.
A Alemanha continuou a ter mais bola do que a Argentina, mas foi pouco eficaz, procurando muitas vezes servir Klose (que, aos 36 anos, terá dito hoje adeus aos Mundiais como o melhor marcador da história da prova, com 16 golos) através de cruzamentos sem grande perigo.
Pedia-se a entrada de Mario Goetze para a frente de ataque, o que aconteceu aos 87 minutos. E foi precisamente o Super Mario a decidir a final, na segunda parte do prolongamento (tal como em 2010, com a Espanha a decidir perante a Holanda). Aos 113 minutos, Schurrle arrancou pela esquerda e lançou Goetze, que parou a bola com o peito, sozinho (Garay estava demasiado longe...), e desviou-a de Romero.
Não foi golo de ouro, mas quase. A Alemanha é campeã mundial pela quarta vez, ficando apenas um título atrás do pentacampeão Brasil, naquele que foi - no mínimo - um dos melhores Mundiais de sempre. Espera-se mais em 2018, na Rússia. De preferência com Messi - escolhido pela FIFA como o melhor jogador da prova (James, o melhor marcador com seis golos em cinco jogos, algo injustiçado) em melhor forma. E ainda haverá Mueller, Goetze, Reus, e outros tantos alemães com igual talento. Alemanha, diz-me o que se sente ao estar sempre do lado dos vencedores...