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“Considerava-me europeu e africano”: Eugénio Lisboa (1930-2024) na última grande entrevista

Não gostava de se ver envolvido em polémicas, mas também não fugia delas. Nem mesmo aos 90 anos. No dia da sua morte, aos 93 anos, o Expresso recorda a grande entrevista que o poeta, ensaísta e crítico literário português concedeu a Pedro Mexia em 2021

José Fernandes

Aos 90 anos, Eugénio Lisboa mantém a curiosidade e a vivacidade intactas. Tal como nos seus tempos moçambicanos, há décadas, continua a envolver-se em polémicas, que não procura, diz, mas que nunca recusa. Recentemente, destoou daquilo a que chamou o “unanimismo” em torno de Eduardo Lourenço, escrevendo na coluna que mantinha no “Jornal de Letras” um artigo que seria, por sua vontade, o último. Também publicou um livro de poemas, alguns de escárnio e maldizer, e tem perturbado as boas almas com a convicção de que estética e moralidade são esferas autónomas.