Cultura

Câmara do Porto mandou a polícia fechar mais de 100 lojas no Stop, a “verdadeira casa da música”

Os músicos que utilizam as mais de 100 lojas do centro comercial Stop como salas de ensaios dizem que agentes da Polícia Municipal e da PSP fecharam o espaço sem qualquer aviso

Por ordem da Câmara do Porto (CMP), agentes da Polícia Municipal e da Polícia de Segurança Pública (PSP) foram enviados na manhã desta terça-feira para o Centro Comercial Stop, de forma a fechar mais de 100 lojas utilizadas por músicos da Invicta como salas de ensaios.

“A Câmara Municipal do Porto informa que na manhã de hoje, 18 de julho, a Polícia Municipal se encontra a proceder à selagem de 105 das 126 lojas do Centro Comercial STOP, por falta de licenças de utilização para funcionamento”, refere a CMP num comunicado enviado às redações.

Só as “21 lojas que possuem as devidas licenças de utilização poderão continuar a funcionar normalmente, não se tratando este de um processo de encerramento do Centro Comercial”, esclarece a autarquia.

“Este é um processo que se arrasta há mais de dez anos, tendo o município vindo, ao longo do tempo, a acumular queixas por parte da vizinhança”, justifica a Câmara do Porto.

Em vídeos partilhados nas redes sociais, os muitos músicos e os poucos lojistas do Stop dizem que o espaço foi fechado sem qualquer aviso.

A Câmara Municipal do Porto já tinha avisado, em novembro do ano passado, que o Stop não tem “condições de segurança e salubridade” para se manter em funcionamento.

“Não vamos assumir a responsabilidade civil e criminal de manter em funcionamento uma coisa que os próprios [músicos] dizem que não pode funcionar", justificou Rui Moreira.

Na altura, a autarquia propôs criar um “open space” em dois pisos do parque de estacionamento Silo Auto, onde os músicos do Stop poderiam continuar a ensaiar. A proposta da autarquia não foi aceite pelos artistas.

O Centro Comercial Stop é muitas vezes descrito, entre a comunidade artística portuense, como a “verdadeira casa da música”.