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“007: Sem Tempo Para Morrer” é o fim de um caminho. Mas não é o fim

Crítica de Jorge Leitão Ramos ao último filme de Daniel Craig — marcado pela morte de várias personagens, por uma respiração trágica, entre outras surpresas (algumas delas reveladas aqui). A nova longa-metragem de Cary Joji Fukunaga chega esta quinta-feira às salas de cinema nacionais

Daniel Craig interpreta James Bond pela quinta e última vez
Nicole Dove

É o mais aguardado Bond de sempre. Com estreia agendada para Abril de 2020, apanhou com o pico inicial da pandemia, o correlativo fecho das salas, o confinamento das populações - e quem ficou de quarentena foi a última aventura do agente secreto 007, o tal que tem licença para matar, mesmo depois de reformado, neste filme que se chama “007: Sem Tempo para Morrer”. E foi sendo adiado, meses de cada vez, com os créditos bancários a vencer juros e nem um cêntimo de rendimento, falou-se que ia ser vendido para uma plataforma de streaming, felizmente que não foi.

E digo ‘felizmente’ porque a fita assinada por Cary Joji Fukunaga (o primeiro realizador americano a dirigir o agente ao serviço de Sua Majestade) merece ser vista num grande ecrã. A projeção para a imprensa ocorreu numa sala IMAX, o espectáculo justifica a grandeza. Sai, como seria de esperar, algo menorizado, formalmente, em relação ao nível que a série tinha atingido, pois, lembremos, os dois últimos filmes de 007 foram realizados por Sam Mendes, o que pôs a bitola bastante alta. É, ainda assim, obra com o charme de uma tradição única no cinema de ação e aventura.