As autoridades chinesas mantêm a ofensiva para garantir que todas as atividades culturais e mediáticas no país respeitam e promovem as orientações ideológicas oficiais e exaltam o papel do Partido Comunista. Essa mensagem foi reiterada durante esta terça-feira num simpósio em Pequim.
Destinado a altos funcionário do Partido, o simpósio, segundo declarações oficiais citadas pelo jornal britânico "The Guardian", instou as pessoas que trabalham na área dos media e do entretenimento a "abandonar gostos inferiores vulgares e kitsch" e a oporem-se a "ideias decadentes de adoração do dinheiro, hedonismo e individualismo extremo".
Com o presidente Xi Jinping aparentemente a preparar-se para abandonar o limite de dez anos no cargo estabelecido por Deng Xiao Ping - no caso de Xi, esse limite seria atingido em 2022, mas há indicações de que tenciona ser líder vitalício, como Mao Tsé-Tung - várias campanhas têm sido lançadas para reforçar o controle e o conformismo no país. Uma delas visa restringir o poder de grupos e empresários que se tornaram demasiado poderosos no país, entre eles alguns que dirigem grandes empresas tecnológicas no pais.
Outra componente das campanhas é a insistência na "moralidade", definida variavelmente como a rejeição de padrões estéticos ou de conduta pessoal "anormais". É nesta última que se insere o simpósio de terça-feira, onde um ator participante falou da importância de compreender bem as suas responsabilidades e de "gerir bem" as suas palavras e atos.
O objetivo, tal como definido por outro participante, será o de "passar energia positiva ao público". O simpósio foi realizado no mesmo dia em que foi anunciado que responsáveis pela vigília de homenagem às vítimas de Tiananmen que costumava ser realizada anualmente em Hong-Kong foram detidos pelas autoridades.