A pintura de Clo Bougard, 45 anos, quer “sentir, respirar, sentir, não sentir”. É assim que a artista que emerge de uma ‘primitiva formação em Restauro, desafia os sentidos em 15 fortes ‘pinceladas’ em acrílico sobre placas em madeira, numa exposição individual que inaugurou esta sexta-feira.
São “ilusões, olhares, a força da cor contida em gestos cognitivos”, como a narrativa que conta a história do macho alfa e da sua família.
O macho alfa é um veado que tem uma fémea que que sonha com “a independência, a mamy, e um filho, o bambi”. A peça quer ser uma “sátira social das famílias tradicionais”, diz Clo apresentando a sua família de veados em terracota folheada a ouro.
Clo, de Clotilde, olha “só com a alma” porque “sentir é mais forte que o olhar, o olhar corta a intenção intimida, através dos rostos que representam um veículo de comunicação ...sem máscaras”.
No catálogo, Rui Paiva, curador da fundação Millenium, diz que a sua “pincelada grossa, densa, vibrante traz um expressionismo humano. São rostos-Mundo. Que se paisajam no olhar”.
A exposição pode ser vista até 8 de março no Espaço Exibicionista, em Lisboa.