No alinhamento da traça do exterior e do interior do imóvel está a decoração. Esta remete para o estilo vintage, como se de uma viagem ao passado se tratasse. A prova está nas tonalidades escolhidas, nos padrões do papel de parede e nas peças de mobiliário. Estas foram desenhadas exclusivamente para este boutique hotel e produzidas por uma empresa de Ourém. O conforto e a elegância no detalhe conferem o bom gosto com que foi pensada a reestruturação do edifício.

Do total de 20 quartos, espalhados pelos dois pisos superiores, a somar a dois instalados no rés-do-chão (um está destinado para pessoas com mobilidade reduzida), contam-se três suítes. Os restantes dividem-se nas categorias premium jardim e premium rio. As definições foram atribuídas conforme as vistas de cada um, com particular destaque para a primeira, em que, para além do arvoredo do Parque do Mouchão, os hóspedes mais atentos da Estalagem de Santa Iria Hotel & Spa avistam o castelo de Tomar.

No piso térreo desta unidade, fica o bar e o restaurante com o mesmo nome: Mouchão. A justa homenagem à pequena ilha existente em pleno Nabão, rio que atravessa a “Cidade dos Templários”, prevalece neste espaço amplo, mas dividido de forma discreta. Peça um Santa Iria (€10), um dos cocktails de assinatura da carta do Bar Mouchão, contíguo à receção, e frua do sossego do parque verde na esplanada. Ou opte pela Tábua de queijos e enchidos com pão (€12) e um copo de vinho (a partir de €4,50), ao final da tarde.

Passemos ao restaurante Mouchão. Este espaço multiplica-se por três salas. À mais romântica, “quisemos dar-lhe esta convivência com o rio”, sublinha Mário Nicolau, um dos responsáveis pela Estalagem de Santa Iria Hotel & Spa, virando-se para o Nabão, que passa mesmo ali ao lado. A sala do meio é uma espécie de prolongamento do bar. A outra é precisamente a esplanada, que, mesmo nos dias mais cinzentos, deixa entrar a beleza singular do arvoredo do Parque do Mouchão.

A ementa do restaurante Mouchão dá mostras da “cozinha portuguesa”, nas palavras de Mário Nicolau, com clássicos que não passam de moda. A verdade é que não falta o “Bisque de lavagante com ervas frescas” (€8), nas entradas, o “Bacalhau com broa, batata salteada e grelos” (€23), nos peixes, o “Entrecôte de novilho” (€22) ou o “Carré de borrego com arroz, grelos e castanhas” (€24), nas carnes. O “Arroz de garoupa com salpicos de camarão e coentros” (€20) e o “Lombo de vitela selado com bacon, esmagada de batata-doce e misto de legumes” (€27) não são de pôr de parte. Depois há a “Cataplana à Mouchão” (€21) feita com carne de porco e amêijoas, numa alusão a um famoso prato típico alentejano.

Esta viagem gastronómica é complementada pela pequena lista de “Charcutaria e queijos”. Termina com uma nova versão da sobremesa tradicional da “Cidade dos Templários”. Tratam-se das “Fatias de Tomar com mel de pimenta rosa e sorbet de limão” (€8). Há ainda, entre outros, o “Creme brülèe com tuile de zimbro e sorbet de tangerina” (€7,50) ou a “Delícia à Mouchão” (€7,50).