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Pedro Nuno Santos: o paradoxo de um sucessor (o perfil de mais um nome para o futuro)

“Escolheu envolver-se na sociedade através da vida partidária e orgulha-se disso”, diz um socialista que há muito acompanha o seu percurso. Só lhe falta uma coisa no PS, que é ser secretário-geral. Após a saída atribulada do Governo, à boleia da TAP, mantém-se em silêncio até julho, altura em que vai assumir o lugar de deputado. Tem três anos para reconstruir a imagem a tempo de uma eventual disputa pela liderança do PS

Foto Tiago Miranda

As pernas de João Leão, ministro das Finanças, abanavam, nervosas. O Conselho de Ministros estava reunido para finalizar a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2022 e, por aquela altura, a tensão já era grande: o PCP não estava seguro, o barco podia mesmo virar. Marta Temido batia-se pela aprovação do novo estatuto do SNS, Ana Mendes Godinho queria aprovar uma medida no âmbito da Segurança Social que custava alguns milhões e Graça Fonseca apelava à aprovação do novo estatuto dos profissionais da Cultura. João Leão fazia contas. Não podia avançar com aquilo tudo, as medidas da Cultura teriam de cair. “Por incrível que pareça, no Conselho de Ministros não há assim tanta gente que fale sobre outras áreas que não a sua”, comenta ao Expresso um ex-ministro. Mas Pedro Nuno Santos, naquela vez como noutras, não ficaria calado — era preciso abrir os cordões à bolsa: “Isto é ou não é um órgão colegial?”