Poder-se-ia ter chamado simplesmente José de Sousa, tal como o seu pai. Mas um funcionário do Registo Civil da Golegã resolveu acrescentar ao nome da criança, nascida a 16 de novembro de 1922 na aldeia de Azinhaga, filha do jornaleiro José de Sousa e de Maria de Jesus, a alcunha da família, ou seja, Saramago. Um homem que recebe o nome de uma erva que cresce por toda a parte sem ser semeada, o mais certo é estar talhado para correr o mundo. Senão ele, as suas palavras. E assim seria ao longo de uma carreira literária que começa, no que ao grande público diz respeito, a dar que falar em 1980 com o romance “Levantado do Chão” e em 1981 com uma deambulação pela história e pelo património encomendada pelo Círculo de Leitores, “Viagem a Portugal”. Carreira esta cujo ponto alto seria a conquista do (até hoje único para Portugal) Prémio Nobel da Literatura em 1998.
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José Saramago: a longa marcha para o Nobel (mais um dos 50 nomes que marcam a história dos últimos 50 anos)
Nasceu e cresceu no seio de uma família humilde, foi serralheiro mecânico, passou pelos jornais – chegando à direção do “Diário de Notícias” – e apenas na década de 1970 se dedica em permanência à escrita. Fê-lo a tempo de deixar uma obra notável e de conquistar o único Prémio Nobel da Literatura para Portugal em 1998. O perfil de José Saramago é um dos 50 escolhidos para assinalar os 50 anos do Expresso, a que juntamos 50 que poderão marcar o futuro do país