Tinha uns 15 anos quando um documentário sobre alterações climáticas a deixou em lágrimas. Não se lembra bem dos pormenores que originaram a aflição, mas a partir daquele momento sentiu que tinha de sair do seu cantinho e “fazer alguma coisa”. Agir e enfrentar o medo, reinventando-se. Cinco anos depois é um dos rostos mais ativos do movimento Climáximo e da Greve Climática Estudantil. E é com um brilhozinho nos olhos que recorda como “foi marcante” a primeira grande manifestação climática, em setembro de 2019, ao ver milhares de jovens a faltar às aulas e a manifestarem-se nas ruas de Lisboa e de duas dezenas de cidades portuguesas, ecoando palavras de ordem pela urgência da ação, pela garantia da neutralidade carbónica até 2030 e por uma transição justa.
Agora com 20 anos, Alice Gato mostra-se uma jovem ainda mais convicta na defesa desta causa que, para ela e muitos outros jovens, se tornou uma questão existencial.
É uma ativista e não sabe ser outra coisa. “É corajosa e determinada”, caracteriza-a a amiga e companheira destas aventuras, Matilde Alvim. “É uma lutadora, sensível, criativa e inteligente e está sempre pronta para o que o movimento precisa”, descreve-a o amigo Diogo Silva.