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Tribuna

As cicatrizes da reunificação no dérbi de Leipzig

Seleção Na cidade do Leste da Alemanha onde Portugal faz o primeiro jogo no Euro (18 de junho), antes de chegar a Red Bull havia o Chemie e o Lokomotiv, clubes que sucumbiram ao Muro
Um dérbi entre o Lokomotiv e o Chemie, em 2023, a contar para a Regionalliga, o 4º escalão do futebol alemão onde ambos os clubes jogam atualmente
Jan Woitas/picture alliance via Getty Images

Grande parte dos 74 anos de vida de Rainer Lisiewicz foram limitados por um muro. O Muro de Berlim. Ouviu falar dele pela primeira vez quando, aos 11 anos, regressava à Saxónia de umas férias com a família nas praias do Mar Báltico, e lhe explicaram que o país seria dividido entre o Oeste, dominado pelas democracias ocidentais, e o Leste, sob influência do regime comunista da União Soviética. Apesar de, naquele momento, estarem no lado capitalista, voltaram para Oschatz, perto de Leipzig, onde residiam. “Não posso dizer que me arrependo, mas recordo-me de ter saudades de comer chocolates e pastilhas elásticas, que passaram a escassear na República Democrática Alemã [RDA, também denominada Alemanha de Leste]”, diz Lisiewicz, ao Expresso.