Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, teceu esta quinta-feira críticas à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, acusando-a de falta de comunicação com as autarquias.
Segundo adianta a agência Lusa, o autarca apelou à ministra para que reconsiderasse a decisão de criar uma urgência regional de obstetrícia na Península de Setúbal, enquanto o Hospital Garcia da Orta, em Almada, funciona em permanência e o Hospital de Setúbal recebe casos referenciados pelo SNS24 e pelo INEM.
O presidente da câmara garante também fazer “oposição feroz” ao eventual fim da urgência obstetrícia no hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, mantendo-se, no entanto, os serviços de obstetrícia não urgentes.
Sobre a abertura de um concurso para a criação de um Centro Materno Infantil da Península de Setúbal, anunciado por Ana Paula Martins na última Comissão Parlamentar de Saúde, Frederico Rosa comenta que é “obviamente bem-vindo”, desde que não “conjugue com um encerramento de serviços” em territórios que estão, segundo o autarca, em crescimento e a preparar incentivos de crescimento populacional, nomeadamente a ponte que entreliga Chelas e Barreiro, o novo aeroporto de Alcochete e a ligação entre o Barreiro e o Seixal.
Defensor de uma “estratégia integrada”, o presidente da Câmara aponta que o Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete vão “sofrer o impacto direto das grandes infraestruturas que o Governo está a anunciar” e questiona a razão para a simultânea retirada de “capacidade e valências” ao hospital. “Não podemos estar a projetar uma estratégia para o país, sem pensar, obviamente, no aumento de serviços de saúde, sem pensar no aumento de escolas, porque isto é uma estratégia integrada”, cita a Lusa.
O autarca aponta ainda que continua à espera para que sejam nomeados por Ana Paula Martins os representantes das autarquias do Barreiro, Moita, Alcochete e Montijo, no Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho, e volta a frisar a falta de comunicação por parte do Governo neste sentido.