Actor e dramaturgo, Pedro Pinheiro celebrou recentemente 45 anos de carreira com o lançamento da biografia 'Actor de mil palcos'. Ficou conhecido pela sua participação em séries televisivas, das quais destacam-se, entre outras, 'Maré Alta', 'A Minha Família é uma Animação' e 'Capitão Roby'. Entrou, também, em várias telenovelas, como 'Tudo por Amor', 'Anjo Selvagem' e 'Fascínios'.
Era também dramaturgo, tendo sido distinguido, por unanimidade do júri, com o Grande Prémio do Teatro Português 2000, do INATEL, com a peça 'Encontro com Rita Hayworth'. Terá sido dos textos que mais gostou de escrever.
Nascido em Abrigada, Alenquer, onde deu os primeiros passos no teatro amador, Pedro Pinheiro estreou-se no Teatro da Trindade em 1963, com a peça 'O Mercador de Veneza', de Shakeaspeare.
Durante 20 anos manteve uma companhia, o TALMA - Teatro Popular, que de 1972 a 1992 fez espectáculos para a infância e a juventude.
No rádio, fez teatro, folhetins, programas de divulgação cultural, juvenis e de poesia. Fez, também, dobragem de filmes animados.
Entrou em 15 filmes, tais como 'O passado e o presente', de Manuel de Oliveira, 'A vida é bela', de Luís Galvão Teles, e, o mais recente, 'Amália, o filme', de Carlos Coelho da Silva, que estreará a 4 de Dezembro. Trabalhou, ainda, com Artur Semedo, Herlander Peyroteo e Phillippe Clair.
O autor de 'A Última Crónica da Índia' (ficção, 1997) foi soldado em Goa, sendo um dos protagonistas de um documentário sobre o fim do império português.
Pedro Pinheiro deixa 134 obras registadas na SPA - Sociedade Portuguesa de Autores, entre as quais destacam-se 'As Histórias do Palhaço Casacão', 'Memórias de um Miúdo de 8 Anos', 'Circulo do Carnaval', 'Saudades mil' e 'O cretino que vendeu o Sol', além de livros infantis e juvenis.
Foi "o artista mais completo do espectáculo até hoje", diz Luciano Reis, autor da biografia 'Actor de Mil Palcos'. A obra foi lançada no dia 29 do passado mês de Abril, dia em que foi homenageado com o descerramento de um placa com o seu nome no Salão Nobre do Teatro da Trindade, em Lisboa.
"Projectos novos tenho muitos, sempre. E no imediato, neste ano em que comemoro 45 anos de cena, é voltar a representar em palco, do que tenho muita saudade", disse, recentemente, em entrevista ao Jornal Digital do Concelho de Alenquer.
Morreu dia 14, em Lisboa, de cancro.