A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, garantiu no início do verão que, a partir de setembro, a urgência de ginecologia/obstetrícia não voltaria a fechar na Margem Sul do Tejo, graças ao reforço da equipa de obstetras do Hospital Garcia de Orta, mas a promessa falhou. Este sábado, todas as três urgências desta especialidade na Península de Setúbal voltaram a encerrar.
“Hoje, sábado, 13 de setembro, os três serviços de urgência de obstetrícia/ginecologia [nos hospitais Garcia de Orta, Barreiro/Montijo e de Setúbal] estão encerrados. Todas as utentes estão a ser dirigidas para os hospitais de Lisboa, estando a Direção Executiva do SNS em estreita coordenação com as Unidades Locais de Saúde para assegurar que as utentes grávidas e que precisam de cuidados médicos sejam transferidas e atendidas em segurança”, refere o Ministério da Saúde (MS), em comunicado.
Na informação divulgada à comunicação social, o Ministério afirma que este fim de semana, “sem que nada o fizesse prever, e à última hora, os médicos prestadores de serviços que asseguram regularmente que as populações da Península de Setúbal têm o serviço que lhes é devido, manifestaram a sua indisponibilidade” para assegurar a urgência.
O gabinete da ministra Ana Paula Martins sugere implicitamente que a recusa destes profissionais é uma reação à nova legislação, recentemente anunciada, “que pretende acabar com injustiças e com os privilégios de alguns tarefeiros que, sendo remunerados muito acima dos seus colegas do SNS, não assumem outros horários que não considerem ser totalmente convenientes”.
O Ministério da Saúde adianta que “está em curso a contratação de meios humanos" para assegurar as urgências da especialidade na Península de Setúbal 365 dias por ano. “Alguns dos profissionais já estão contratados. Outros estão em processo de contratação”, diz o MS.
Em julho, Ana Paula Martins anunciou o reforço na equipa de obstetras do Hospital Garcia de Orta, garantindo que, a partir de setembro, a urgência desta especialidade deixaria de encerrar. “Há uma equipa de especialistas de Obstetrícia e Ginecologia que se desvinculou do hospital privado onde trabalhava” e que vai assinar um contrato com o Serviço Nacional de Saúde, explicou a ministra.