Ensino

Procura de cursos de professores foi três vezes superior às vagas existentes

As 305 vagas abertas para cursos de formação de professores, formadores e ciências da educação ficaram preenchidas na 2.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Saúde e Ciências Empresariais são as áreas que mais atraem os jovens

Os cursos de formação de professores foram procurados como primeira opção por três vezes mais alunos do que as vagas disponibilizadas pelas instituições na 2.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES).

Todas as 305 vagas abertas para cursos de formação de professores, de formadores e de ciências da educação ficaram preenchidas na 2.ª fase do CNAES, cujos resultados foram divulgados este fim-de-semana pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

Na semana em que os alunos desde o pré-escolar ao ensino secundário regressam às aulas e em que a falta de professores volta a ser um dos temas em destaque, a DGES mostra que continua a aumentar a procura por cursos que permitem aos jovens virem a ser docentes.

As instituições de ensino superior abriram nesta 2.º fase 305 vagas, às quais se candidataram 966 estudantes como primeira opção. Os números mostram que ficaram colocados precisamente 305 alunos.

Além das vagas inicialmente abertas podem aparecer novos lugares que pertenciam a alunos colocados na 1.º fase que se candidatam a um novo curso na 2.º fase ou vagas adicionais que são abertas quando há, por exemplo, apenas uma vaga e dois alunos com exatamente a mesma nota. Segundo a DGES, houve 68 vagas de recolocação e sete vagas adicionais. No final, sobraram 75 vagas.

Procura a aumentar

Já na 1.ª fase do concurso o número de estudantes colocados em licenciaturas em Educação Básica tinha aumentado 20,3% face ao ano anterior, tendo ficado ocupadas todas as 1.199 vagas disponibilizadas.

A procura por estes cursos tem vindo a aumentar nos últimos tempos, com um crescimento de 64,9% nos últimos três anos, segundo dados do ministério da Educação, que reconhece que continua a ser preciso formar e atrair mais professores.

Em fevereiro deste ano, o Governo anunciou que iria pagar até 2.500 bolsas a estudantes de licenciaturas em Educação Básica assim como de mestrados em Ensino, ficando os alunos obrigados a concorrer a escolas públicas nos três anos seguintes à conclusão do curso.

Olhando para os dados agora divulgados da 2.ª fase do CNAES, continuam a ser as áreas da saúde e de ciências empresariais que mais atraem os jovens: Na área da saúde concorreram em 1.ª opção 2.614 jovens, tendo ficado colocados menos de metade (1.042), assim como houve 2.594 candidatos que colocaram como 1.ª escolha cursos das ciências empresariais, tendo 1.533 conseguido uma vaga.

Também as áreas de Ciências Sociais e de Comportamento foram escolhidas por 2.118 alunos, mas apenas 830 conseguiram lugar no ensino superior nesta 2.ª fase. Nas áreas de "Engenharia e Técnicas Afins" concorreram 1.993, dos quais 1.214 ficaram colocados.

Serviços de segurança menos atraentes

os serviços de segurança parecem ser os menos atraentes para quem quer prosseguir estudos, tendo apenas uma pessoa colocado cursos dessa área como primeira opção.

Os serviços de transporte foram escolhidos em 1.º lugar por apenas cinco pessoas e os cursos das áreas da Indústria Transformadora contaram com 42 pessoas a concorrer em 1.ª opção.

Nesta 2.º fase do CNAES ficaram colocados quase nove mil candidatos em instituições públicas, a maioria em universidades, devendo os estudantes realizar a matrícula e inscrição entre os dias 15 e 17 de setembro.

Olhando para as duas fases do concurso, há até agora pouco mais de 52 mil caloiros, o que representa quase menos cinco mil estudantes do que no ano passado.

Mas os alunos ainda podem concorrer à 3.ª fase, cujas vagas serão divulgadas a 22 de setembro no site da DGES.

Para já sobraram 9.313 vagas, mas cabe às instituições decidir se abrem ou não mais lugares. Da lista divulgada pela DGES, apenas a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa ficou com zero vagas sobrantes.