Um total de 5,5 mil milhões de euros, “entre créditos, doações e garantias”, é o bolo financeiro da nova estratégia de cooperação de Itália com África. No essencial, o Plano Mattei – assim chamado em homenagem a Enrico Mattei, fundador da empresa estatal de energia Eni – visa controlar o fluxo migratório de africanos em direção à Europa em troca de investimento. Este plano mostra que “é possível escrever um novo capítulo” das relações entre Itália e África, numa “cooperação entre iguais, muito distante de qualquer tentação predatória e abordagem caritativa”, assegurou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, no final de janeiro.
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Itália quer ‘meter uma lança em África’ para travar migração em troca de investimento: quem ganha mais com nova cooperação?
Giorgia Meloni diz que pretende “escrever um novo capítulo” das relações entre Itália e África, numa “cooperação entre iguais” e sem “qualquer tentação predatória e abordagem caritativa”. Para isso, a primeira-ministra italiana apresentou o Plano Mattei, com 5,5 mil milhões de euros e “projetos-piloto” em Marrocos, Tunísia e Costa do Marfim, mas também de olhos postos em Moçambique. Especialistas advertem que se o plano se centrar em novos projetos de petróleo e gás, “esta não é a direção certa”. E referem que, apesar das boas intenções que manifestou, Meloni insistiu numa “abordagem bem conhecida do passado, que é essencialmente paternalista”