"Ontem relembrámos a família moedas. Quem sabe dizer-me as personagens? Francisco?" Sentada no chão, a professora Cláudia tenta avivar a memória às crianças que a rodeiam. “Falámos um bocadinho sobre...” A lição foi bem apreendida. "Meios de pagamento", responde um coro infantil do pré-escolar. "E como era há muito tempo, Francisco?" O petiz tem cinco anos, mas não se atrapalha com perguntas sobre assuntos de crescidos. "Faziam troca direta. Cinco cenouras para um litro de batatas." Francisco troca unidades de medida, porque ainda não as aprendeu - e pouco interessam para o caso. "Um quilo de batatas, certo? E, quando vão ao supermercado com os pais, como é que eles podem pagar, Rita?" Com notas e moedas, diz Rita, ainda de bolsos pequeninos. E outra forma de pagar, Diogo?, prossegue Cláudia Sousa. "Com os dois cartões, o cartão de crédito e de..." Multibanco, ajuda Vicente. “O cartão de crédito não dá dinheiro.” Francisco sabe que os pais podem pagar com MBWay. E Carolina ainda acrescenta a aplicação do banco.
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Nesta escola, os alunos aprendem literacia financeira dos 5 aos 18 anos: “Se começarmos cedo, temos muitos anos para mudar a mentalidade”
Seguindo algumas orientações e cadernos da Ordem dos Economistas para a literacia financeira, o Colégio Novo da Maia construiu um programa, não pensado apenas para os alunos do ensino secundário. “Por que não ir mais além e começar a ensinar mais cedo?”, perguntam, num país que é o segundo menos bem colocado na educação financeira na UE. Em Portugal, é a IL que mais defende a inclusão destes conteúdos mais cedo no currículo escolar