Utentes do hospital do Barreiro vão manifestar-se na quinta-feira contra o encerramento da Urgência obstétrica e a concentração dos cuidados urgentes em Almada, no Hospital Garcia de Orta. O protesto está marcado paras as 19h e terá a presença da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Em comunicado, a FNAM faz saber que “está contra o encerramento da maternidade”, alertando que “concentrar a Urgência regional de ginecologia e obstetrícia em Almada priva de cuidados de proximidade as mulheres de toda a península de Setúbal”. Os dirigentes sindicais sublinham que “as grávidas da margem sul continuam a correr risco de ter partos em ambulâncias e nas estradas e este ano já se registaram 59 casos”.
“A FNAM estará ao lado da comissão de utentes e defende o reforço das equipas médicas em todos os hospitais da península de Setúbal” e avisa: “Apenas negociações urgentes que melhorem as condições de trabalho dos médicos permitirão garantir equipas completas e cuidados de proximidade de qualidade”.
Na terça-feira no Parlamento, a ministra da Saúde afirmou que a urgência regional, concentrada na maternidade de Almada, vai mesmo avançar - e até será posteriormente alargada a outras áreas e valências - e que a deslocação das equipas será, afinal, feita por “um diploma” e não “por despacho”, como o seu gabinete adiantou na semana passada.
O gabinete jurídico do Ministério da Saúde está, assim, a preparar um decreto-lei e estão previstos incentivos e negociações com os sindicatos. Ana Paula Martins diz que tem já uma data para iniciar as reuniões, mas escusou-se a dizer quando será. Segundo a FNAM, o hospital do Barreiro tem oito obstetras, seis dos quais dispensados de qualquer escala de Urgência por terem mais de 55 anos.