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Colisão no Tejo: pescadores andavam na apanha de amêijoa japonesa, morreram pelo menos onze na última década

Atividade ilegal continua a render milhões, dominada por redes criminosas transnacionais que controlam a apanha e os apanhadores, a maioria imigrantes asiáticos. Bivalves contaminados são vendidos por toda a Europa. Nos últimos dois anos, foram detidos vários cabecilhas. Buscas pelos dois pescadores desaparecidos recomeçam esta quarta-feira às 8h

Luís Barra

A bordo do ‘Bina’ havia uma ganchorra, espécie de ancinho metálico XXL que uma vez preso ao barco em movimento raspa com garras metálicas o fundo do rio e captura tudo o que lá se encontra. Foi este objeto, detetado pelos mergulhadores da Polícia Marítima e já trazido para terra para análise, que denunciou que os quatro pescadores da embarcação acidentada no Tejo andariam à ameijoa japonesa. Esta atividade está proibida na quase totalidade do estuário mas, há décadas, que é o ganha-pão de milhares. Portugueses e estrangeiros, voluntários e traficados.