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ONU: o mundo precisa que os países invistam “dez a dezoito vezes” mais para se adaptarem às alterações climáticas

Em vez de acelerar, a atuação global em matéria de adaptação às alterações climáticas “está a abrandar em todas as frentes, sem conseguir acompanhar os crescentes impactos e os riscos das alterações climáticas”. O fosso entre o que é feito e que é preciso fazer em termos de adaptação é cada vez maior, constata o novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), divulgado esta quinta-feira: as necessidades de financiamento “são agora 10 a 18 vezes superiores” aos fluxos internacionais em curso

LIBYAN RED CRESCENT AJDABIYA/Reuters

Enquanto o relatório de 2022 evidenciava o “demasiado pouco e demasiado devagar” do caminho feito até então, o “Adaptation Gap Report 2023” sublinha quão “subfinanciado e despreparado” está o mundo, tendo em conta a inadequação do investimento, planeamento e execução necessários para a adaptação global às alterações climáticas, sobretudo nos países em desenvolvimento.

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) indica que as necessidades de financiamento destes países “são agora 10 a 18 vezes superiores aos fluxos de financiamento público internacional”, com “enormes implicações em termos de perdas e danos”. Se há um ano, o financiamento internacional equivalia a um décimo do necessário, agora o fosso é “50% maior”. Os quatro fundos que financiam estes investimentos estagnaram nos últimos anos