Sociedade

Rui Moreira apresenta a conta do Stop: 594 reclamações de ruído, 19 deslocações de carros patrulha e incêndios “com vítimas”

Um vídeo partilhado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto dá conta de “três incêndios com vítimas desde 2012” no Stop, mas apenas há notícias de dois fogos. As vítimas a que faz referência são feridos ligeiros

O presidente da Câmara Municipal do Porto partilhou esta quinta-feira um vídeo no Facebook, onde dá ênfase a vários números que atribui ao Stop. Rui Moreira aponta que o centro comercial – laboratório criativo utilizado por uma comunidade de 500 músicos – foi alvo de “594 reclamações de ruído” e “19 deslocações de carros patrulha desde 2019”.

O mesmo vídeo refere “quatro selagens de salas” desde 2010 e dá conta de “três incêndios com seis vítimas desde 2012” – apenas há notícias de dois incêndios no Stop, um em junho de 2012 e outro no natal de 2013.

O próprio vereador com o pelouro da Economia, Ricardo Valente, disse recentemente que “o centro comercial já teve dois incêndios”. As vítimas a que o vídeo faz alusão são três feridos sem gravidade durante o incêndio de 2012 e outros três feridos ligeiros quando as chamas deflagraram em 2013 no interior do Stop.

Outro dado mencionado no vídeo partilhado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto é que, “em fevereiro de 2021, foi desrespeitada a ordem de encerramento” do centro comercial, localizado na Rua do Heroísmo, onde há mais de 20 anos as lojas foram transformadas em salas de ensaio e estúdios de gravação pelos músicos que pagam rendas entre os 100 e os 250 euros para lá estar.

Banda numa sala de ensaios do Centro Comercial STOP, em novembro de 2022
Fernando Veludo

A associação Alma Stop apresentou esta quarta-feira uma contraproposta à Câmara Municipal do Porto para viabilizar a “reabertura imediata” do espaço. A comunidade artística residente aceita cumprir regras de segurança propostas pela autarquia, mas propõe que a limitação de horário de funcionamento do Stop, entre as 11h e as 23h, não dure mais do que 15 dias. Além disso, os músicos pretendem ter acesso permanente às salas, mesmo durante a noite, para cargas e descargas de material.

A contraproposta enviada pela Alma Stop a Rui Moreira e ao vereador Ricardo Valente não contou, no entanto, com o apoio da Associação Cultural de Músicos do Stop, o outro coletivo que representa os artistas.

Centro Comercial STOP, no Porto
Fernando Veludo

A CMP só aceita analisar uma posição conjunta da comunidade artística e pede às duas associações de músicos do Stop que “se entendam”.

O administrador do condomínio do Stop, Ferreira da Silva, assinou o termo de responsabilidade exigido pela Câmara do Porto, e compromete-se “adotar e fazer adotar” comportamentos de segurança, medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio.