Três meses após avanços e recuos no projeto para remodelar as infraestruturas de obstetrícia e ginecologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o diretor do departamento foi exonerado. Diogo Ayres de Campos foi afastado de funções pela administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte por “criar dificuldades”, e atrasos, à renovação do serviço aguardada pelos profissionais há perto de 30 anos. Fonte da unidade hospitalar adiantou ao Expresso que a administração “perdeu a confiança” no médico para liderar o processo.
O médico afastado vai ser substituído interinamente por Alexandre Valentim Lourenço, diretor do Serviço de Ginecologia e candidato a bastonário da Ordem dos Médicos nas recentes eleições. Os gestores depositam agora no obstetra a responsabilidade de concretizar o projeto de modernização para permitir mais de 1500 partos anuais. As obras estão orçadas em seis milhões de euros e vão decorrer, pelo menos, até março de 2024.
Diogo Ayres de Campos preside ao grupo de peritos a quem foi pedido um plano de remodelação da rede de urgências de obstetrícia e ginecologia e cujas propostas não foram consideradas na sua plenitude pela Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente o eventual encerramento de serviços.