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A geração mais qualificada de sempre “pode ser uma geração perdida”? Cinco respostas sobre os jovens e a educação

Menos abandono escolar, mais pessoas a completar o secundário, mais licenciados e mestres. Este é o retrato estatístico dos jovens portugueses, mas há dois obstáculos grandes a vencer que impedem a entrada no mercado de trabalho

Peter Cade

Somos um país de velhos? Os mais jovens e talentosos estão em fuga? Portugal só serve para pensionistas e nómadas digitais? Clara Ferreira Alves argumenta que sim.

“Um país que exporta os melhores, os mais jovens, os mais aptos, os mais qualificados, os mais trabalhadores, um país que exporta os jovens que educou com os impostos dos portugueses, é um país falhado (...) um país sem futuro”, acusa no artigo de opinião publicado no Expresso sob o título “A tal geração mais qualificada de sempre”.

Mas o que nos dizem efetivamente os dados estatísticos? O recém-publicado ‘Livro Branco “Mais e Melhores Empregos para os Jovens”’ dá algumas pistas sobre o tema.

Estamos a ficar mais tempo na escola?

Sim. Há muito que os governantes assumiram a necessidade de colmatar os “atrasos estruturais” da qualificação da população portuguesa.

Medidas como o alargamento do ensino obrigatório até aos 18 anos ou 12.º ano, os investimentos no ensino secundário e superior, o crescimento da via profissionalizante e a reorganização da rede escolar produziram efeitos.

O abandono escolar caiu significativamente na última década. Desde 2020 está abaixo da média europeia.