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DGS admite aumento de carências alimentares: custo do peixe disparou 20% desde o início da guerra, alimentação dos mais pobres em risco

Segundo a Deco Proteste, que monitoriza a evolução dos preços em todo o país, a carne teve um aumento de 13% e nem as que são mais em conta, como porco, frango e peru, escaparam à subida. Este mês, só numa semana, o frango ficou 10% mais caro. No peixe, a escalada foi ainda maior, com um salto de quase 20%

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Nas prateleiras do supermercado é difícil encontrar algum produto que não tenha aumentado de preço nos últimos dois meses. Para trazer o mesmo carrinho de compras é preciso agora pagar bastante mais. Um cabaz básico para o consumo mensal de uma família custa mais €17,16 (10%) do que no final de fevereiro, quando começou a guerra na Ucrânia. De todos os produtos, a carne e o peixe são os que mais subiram e até os tradicionalmente mais baratos estão a tornar-se inacessíveis para as famílias mais pobres. A Direção-Geral da Saúde (DGS) teme que a acelerada inflação possa vir a agravar carências nutricionais e admite mesmo reativar o sistema de monitorização da insegurança alimentar que esteve a funcionar nos centros de saúde durante a crise económica de 2011-2014.

Segundo a Deco Proteste, que monitoriza a evolução dos preços em todo o país, a carne teve um aumento de 13% e nem as que são mais em conta, como porco, frango e peru, escaparam à subida. Este mês, só numa semana, o frango ficou 10% mais caro. No peixe, a escalada foi ainda maior, com um salto de quase 20% entre 23 de fevereiro e 20 de abril; na semana passada, por exemplo, um quilo de pescada aumentou €4. Não foi caso único. O salmão já teve uma subida acumulada de quase €3 por quilo e o robalo subiu 17% no mesmo período. Até o mais barato carapau disparou 12%.