Chove tanto que a manifestação em frente à residência oficial do primeiro-ministro polaco se dissipa em menos de cinco minutos. A forte presença policial fazia antever mais problemas, possivelmente com a presença da extrema-direita, mas nada disso aconteceu. Estão poucas pessoas, talvez 50, e vieram manifestar-se contra o que dizem ser a prisão de requerentes de asilo afegãos na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. Boa parte dos manifestantes são bielorrussos que fugiram do regime do Presidente Alexander Lukashenko, há imensas bandeiras brancas e vermelhas, as cores da oposição. Mas há também afegãos que já tinham fugido dos talibãs muito antes de todo o mundo acordar para o perigo de viver sob um regime de mentalidades férreas.
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Investigação da Amnistia Internacional com recurso a 3D e satélite mostra reenvio ilegal de 32 migrantes da Polónia para a Bielorrússia
Fenómeno dos reenvios ilegais está documentado em quase todas as fronteiras externas da UE: da Grécia para a Turquia, da Itália para a Líbia, de Espanha para Marrocos, da Croácia para a Bósnia e, mais recentemente, da Lituânia, da Letónia e da Polónia para a Bielorrússia. Quatro pessoas morreram de hipotermia e exaustão enquanto estavam presas na fronteira entre estes dois últimos países