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Sociedade

Eles são os caçadores de fruta. A sua missão é encontrar os mais doces tesouros que a terra dá e o supermercado ignora

No Algarve, o mais original reduto de frutas do país, algumas variedades autóctones estão em risco de desaparecer. Contra essa sentença, há um grupo de homens que há anos se dedica a palmilhar hortas e quintais

Cultivo Macieira numa fase inicial de crescimento, em Tavira

À saída do restaurante O Ciclista, depois de uma grelhada de peixe, José Catarino puxa do telemóvel. “A gente estava a pensar ir aí agora ver aquela ameixeira de que me falou.” Do outro lado, Avelino Martins dá autorização para que a brigada avance. São meia dúzia de quilómetros a partir de Tavira até Curral de Boieiros, no interior algarvio.

A identidade da planta ainda não é certa. Sabe-se que é uma ameixeira antiga e rara. Avelino chama-a “tramontana”. Mas António Marreiros, chefe da expedição, o homem no lugar do pendura do Renault Clio da Direção Regional de Agricultura, tem dúvidas: “Tramontana? Não será transmontana, por ser de Trás-os-Montes?”, interroga-se, perante o sorriso do terceiro elemento da equipa, Luís Cabrita, cuja função é tratar da fenologia das plantas.