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Esplanar, o verbo do desconfinamento — e os melhores locais para o conjugar a partir de segunda-feira

“Esplanar” vai ser uma realidade a partir de segunda-feira. A expectativa é grande entre proprietários e clientes, e persistem dúvidas em relação ao funcionamento das esplanadas de restaurantes, cafés e pastelarias. Em Lisboa e no Porto fazem-se os últimos preparativos para a reabertura

Lucília Monteiro

Os olhos passam várias vezes pelo calendário e as cabeças dos empresários da restauração fazem contas para saber ao certo quantos dias faltam para que chegue o 5 de abril. Poucos, à data desta edição, muitos nos bolsos de quem esteve, face à pandemia, completamente encerrado. As esplanadas estão de regresso, segundo o Plano de Desconfinamento desenhado pelo Governo, e podem voltar a receber clientes, depois de terem sido obrigadas a encerrar a 15 de janeiro, com um limite máximo de quatro pessoas por mesa, mantendo-se as restantes regras de distanciamento, uso de máscara e utilização de álcool gel. Em Lisboa, a Câmara Municipal avançou já com um Programa de Apoio à Instalação e Melhoria de Esplanadas que tem como objetivo financiar a aquisição de mobiliário de esplanadas abertas, para que a atividade dos estabelecimentos possa ser prolongada para o exterior, com condições adequadas, durante os meses com condições climatéricas menos favoráveis. Aliás, durante o ano passado, o executivo camarário já tinha fechado ao trânsito algumas ruas da cidade, para possibilitar a abertura de esplanadas, como a Rua Nova da Trindade, onde fica o Bairro do Avillez. Essas medidas também se fizeram notar na Avenida da Liberdade, onde surgiu uma das mais elegantes esplanadas da cidade, a do JNcQUOI.

Marlene Vieira, do Zunzum Gastrobar, instalado no agora deserto Terminal de Cruzeiros de Lisboa, tem tudo a postos para receber, na sofisticada esplanada à beira do rio, 40 pessoas, cumprindo todos os limites de segurança impostos pela Direção-Geral da Saúde. Quando abriu, investiu imediatamente em chapéus com iluminação e aquecimento incluídos, o que vai garantir conforto extra aos clientes. Vai reduzir a carta, mantendo pratos como o Coscurão de Berbigão e as Míni Pizzas, com a novidade de passar a apresentar, todos os dias, uma sugestão diferente, criada com um produto da época. Os cocktails com ingredientes nacionais também marcam presença e o Pequeno-Grande-Almoço, nome dado ao brunch de fim de semana, regressa, dada a manutenção de limitações nos horários de funcionamento ao sábado e ao domingo. Apesar desse investmento em iluminação e aquecimento, Marlene Vieira vai encerrar ao fim da tarde, uma vez que “nesta altura do ano a zona ainda é muito ventosa durante a noite”. E não tem dúvidas: “Esta reabertura só nos vai permitir pôr a cabeça de fora de água.” Ainda junto ao Tejo, o SUD Lisboa é um dos espaços de referência da cidade que vai reabrir já no dia 5. A esplanada dispõe de uma cobertura amovível e proteções contra o vento, e cadeirões confortáveis para uma refeição ligeira ou simplesmente um cocktail ao final da tarde. Este é um dos refúgios mais cobiçados, com a garantia de vista desafogada para o rio, a ponte e o Cristo Rei.