O juiz Ivo Rosa decidiu que José Sócrates vai ser assistente no caso EDP, adianta o Observador. Pedro Delille, advogado do ex-primeiro-ministro, diz que ainda não foi notificado nem tem qualquer informação a este respeito.
De acordo com a lei, o assistente de um processo tem como função auxiliar a investigação, mas neste caso em concreto os procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto opuseram-se com o argumento de que Sócrates estava a "instrumentalizar" este estatuto para "ter acesso" a um processo em que "como bem sabe" estão a ser investigados factos que o envolvem e a que pode "ser chamado".
Em declarações ao Expresso, José Sócrates classificou os argumentos do MP como "estapafúrdios", alegou que o processo é público e, como tal, pode ter acesso ao que quiser e garantiu que quer ajudar "na descoberta da verdade" e "sindicar" a ação do MP.
O ex-PM alegou ainda que o MP não o quer no processo porque há informação oficial das autoridades brasileiras que levantam a hipótese de ter havido financiamento ilegal das campanhas do PSD em 2011 e 2015 através de pagamentos da Oderbrecht a um "marqueteiro" brasileiro que trabalhou para o PSD.
Em 2011, Passos Coelho venceu as eleições que culminariam com a demissão de Sócrates e o seu afastamento da vida política e em 2015 o PSD voltou a ganhar as eleições mas perdeu a maioria parlamentar, facto aproveitado por António Costa para formar um governo em "geringonça" com o PCP e o BE.
O juiz Ivo Rosa, o mesmo que já decidiu o futuro da Operação Marquês, deu razão aos argumentos de Sócrates, que passa assim a colaborador do Ministério Público.