Sociedade

Covid-19. Agência Europeia de Medicamentos aprova dose extra por frasco da vacina Pfizer

Regulador autorizou esta sexta-feira pedido do laboratório para a preparação de seis doses por frasco da vacina, mais uma do que inicialmente previsto. Alteração estava pendente desde 30 de dezembro. Ministério da Saúde garante que não foram desperdiçadas vacinas

ADAM WARZAWA/EPA

É oficial, desta sexta-feira em diante a Agência Europeia de Medicamentos recomenda a utilização de seis doses por cada frasco da vacina pandémica da Pfizer. O pedido para a preparação de uma unidade vacinal extra, que estava a ser desperdiçada, foi feito pelo próprio fabricante no dia 30 de dezembro.

Mesmo sem a autorização do regulador europeu, alguns países estavam já a adotar o procedimento ao abrigo de recomendações feitas pelas suas autoridades nacionais do medicamento. Em Portugal, o Infarmed deu orientações para a reconstituição de seis doses por frasco logo no dia 30 de dezembro, quando a Pfizer garantiu que podia ser utilizada mais uma unidade por frasco, mas a respetiva norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) ainda não foi publicada. Como tal, não é ainda procedimento generalizado e instituído, como testemunharam ao Expresso vários enfermeiros e farmacêuticos.

Também o coordenador do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos, confirmou ao Expresso que a utilização de uma sexta dose por frasco da vacina da Pfizer carece de norma da DGS, que “está pronta para publicação”, e que, assim, irá enquadrar essa alteração nos procedimentos de vacinação até agora adotados por farmacêuticos e enfermeiros. Ao Expresso, a DGS não deu qualquer resposta sobre a publicação e a aplicação da norma.

Ministério garante que não foram desperdiçadas vacinas

Até terça-feira, tinham sido administradas 32 mil doses da vacina, de seis mil frascos, com seis mil doses extra que não foram utilizadas. O Ministério da Saúde garante que não houve desperdício.

Em nota enviada, o gabinete de Marta Temido explica que a informação do Infarmed a dar luz verde à sexta dose “foi divulgada e disseminada, estando a ser praticada na administração desta vacina”, pelo que “a prática generalizada dos postos de vacinação tem sido a utilização da 6.ª dose”. Ainda assim, acrescenta: “Esta atualização irá, subsequentemente, ser refletida na norma da DGS, elaborada de acordo com o resumo das características do medicamento.”

Pelos relatos de profissionais, a ausência de uma orientação da DGS a alterar as regras de administração da vacina da Pfizer não está a garantir que todos estão, de facto, a utilizar as seis doses possíveis. O Expresso aguarda uma resposta do Ministério.