Depois de vários animais terem morrido num abrigo em Santo Tirso que foi afetado por um incêndio que deflagrou no sábado perto da região, foi lançada uma petição a “pedir justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais” no canil em causa, o Cantinho das Quatro Patas.
A petição, lançada por uma “cidadã portuguesa” e dirigida ao presidente da Assembleia da República, refere que “agentes da GNR e a proprietária do terreno impediram o salvamentos dos animais, negando auxílio” enquanto estes ainda podiam ser salvos. Até ao momento, conta com cerca de 44 mil assinaturas.
O texto refere que viviam no canil “cerca de 150 animais de companhia” e que “a situação não pode ficar impune”, pedindo os seus signatários “justiça para que tanto a GNR como a proprietária venham a ser julgados em tribunal e punidos pelos crimes de maus-tratos a animais de companhia, negligência e falta de auxílio”.
O PAN, que começou por denunciar a situação numa publicação nas redes sociais, já anunciou que vai pedir uma audição ao ministro da Administração Interna, no sentido de “apurar responsabilidades”. Também pediu alterações à legislação. “A violação deste dever de cuidado e socorro pode, inclusivamente, fazer incorrer no crime contra animais de companhia, se da omissão de auxílio resultar sofrimento injustificável ou até a morte dos animais, como está a ser o caso”, referiu, reconhecendo, contudo, que o ordenamento jurídico português, “apesar de reconhecer que os animais são seres vivos dotados de sensibilidade, não inclui ainda os animais nos planos de proteção civil”, diz o PAN. “Não desistiremos de apurar responsabilidades e de garantir que sejam prestados os devidos cuidados aos animais ainda sobreviventes.”
Em comunicado divulgado este domingo, a GNR afirmou que impediu a entrada de pessoas no canil pelo facto de “àquela hora já não existir urgência, uma vez que a situação estava já a ser tratada pelas entidades competentes e por se tratar de propriedade privada”.
Ainda segundo a força policial, “as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares”. “A essa hora já tinham sido salvos os animais que era possível salvar.”